Às vezes a vida é incontornável.
Não podemos fazer um coffee break da vida?
Às vezes ela anda com uma velocidade estúpida e acabamos por nos estampar contra muros.
E o que mais há praí são muros, muros, muros, muros atrás de muros.
Às vezes até sabemos o que nos espera e tentamos travar.
Juro que tentamos.
Mas não conseguimos, nem sempre os travões nos pertencem.
Hoje estampei-me contra um muro.
E o filho da mãe era de betão, ou de aço, ou de diamante, ou da porra do material mais duro que existir.
Já me estampei contra tantos muros... mas nenhum era assim.
Não é mais grave, não é mais sério que os outros, é apenas diferente e difícil porque nunca o havia encontrado antes.
E agora dói-me o corpo todo, todo, todo, todo, todo....
Não sei muito bem quando vai parar de doer.
Hoje tenho a sensação de que nunca vai parar.
Não duvido.
Não me apetece caminhar mais e não sei quando vou estar inteira para poder continuar...
Já não sou inteira.
Sou pedacinhos que espalhei pelo caminho sem sair do sítio...
Hoje dói e juro que nunca mais vai parar.