Friday, December 31, 2010

Então em 2011...

Let's all try Defying Gravity.

O Maldito Código Silencioso das Relações

Alerto, desde já, que este é uma daqueles posts de diário que surgem da necessidade de extravasar o que não pode ser dito e não devia, de modo algum, ser escrito para publicação na blogosfera. Mas escrevemos à mesma porque não o podemos dizer e acumular informação inútil provoca gases e conter pensamentos maléficos causa úlceras.
E não podemos transmitir estes pensamentos porque assim o diz o Maldito Código Silencioso das Relações. Existe a honra entre ladrões, a deontologia entre os profissionais, a solidariedade masculina, a muito pouco praticada (quase mítica) solidariedade feminina, os bons modos e, provavelmente, muitos outros códigos que desconheço ou que, de momento, não me apetece recordar. Entre eles encontra-se o Maldito Código Silencioso das Relações. Denominei-o assim porque ele é conhecido mas ninguém admite a sua existência. Não se fala claramente nele e tanto nos protege como nos atrapalha e nos arruína o juizinho. Trata-se de todas as regras passadas de pais para filhos, de irmãos mais velhos para irmãos mais novos, de amigos para amigos, de amigas para amigas sobre o que fazer e, especialmente, o que não fazer quando encontramos o homem/mulher dos nossos sonhos e ele/ela é uma caixa de Pandora que queremos abrir mas não podemos. Não podemos porque assim manda o código.

Então, não lhe podemos perguntar o que foi aquilo naquela noite porque ele pode ter um colapso.
Não lhe podemos dizer que gostamos dele porque vamos assustá-lo e quando dermos por ela já fugiu para França.
Não podemos ficar feitas parvas a olhar para ele, só porque que sim (embora nos apeteça) porque dá nas vistas.
Não podemos mandar sms, porque a bola está agora no campo dele.
Não podemos não mandar porque somos esquecidas.
Não podemos ficar caladinhas para não dizer asneiras porque passamos por antipáticas e ocas.
Não podemos falar porque são muitos filtros a trabalhar ao mesmo tempo no cérebro e um deles vai, de certeza, falhar.
Não podemos ter uma conversa normal e civilizada para tirar dúvidas porque ou não vamos gostar das respostas, ou não vamos ter respostas ou vamos dar-lhe um enfarte do miocárdio.

Pois é, não está fácil… E as minhas perguntas são tão simples… Ainda não as fiz porque o código não deixa. Por isso e porque tenho cá um feeling que não vou gostar das respostas…
Olhem, love sucks!

Love Actually (2003)

O Não Balanço de 2010

Recuso-me a fazer um extenso balanço pessoal a 2010.
Foi um ano tenebroso que deixou muitas saudades de 2009, em que tudo foi mais fácil, mais fácil talvez não, mas diferente, mais motivador e menos complicado.

Em noites como a de hoje escolho guardar de 2010 os amigos. Eles são, no fundo, a família que escolhemos e o melhor que a vida tem para nos dar.

Os amigos que nos levam a Barcelona, os amigos que cozinham para nós, os amigos que nos dão guarida, os amigos que nos dão boleias, os amigos que jogam connosco às cartas, os amigos que passam horas ao telemóvel a ouvir-nos dizer alarvices do mais elevado grau de insanidade até a Yorn dizer: ”já chega” e depois mais um bocadinho, os amigos que nos dão roupa que já não lhes serve, os amigos que nos consertam o nosso Toni, os amigos que nos oferecem emprego, os amigos que vêm de longe só para nos ver, os amigos que ligam de longe só para nos ouvir… Os essenciais, os que nos acompanharam em 2010, fizesse chuva ou sol… e acreditem choveu como o raio que o parta…

Os amigos que nos conhecem e nos amam exactamente como somos.

Monday, December 20, 2010

Jingle Fucking Bells

Reforço de Natal numa livraria. Dia 4.

Não. Realmente não sei como é que as pessoas que trabalham em shoppings na época natalícia não têm tendências suicidas ou não tentam, pelo menos, levar uma carabina consigo para o trabalho e desatar aos tiros aos altifalantes que tocam um CD apenas, num loop infinito de músicas de Natal. As mesmas músicas de Natal, over and over again.

Receio que amanhã, quando começar a ouvir a Mariah Carey a dizer que eu preciso de ter cuidado porque vem aí o Pai Natal vou começar a rasgar papel com os dentes... E parece-me que não vai ser bonito.

Saturday, December 18, 2010

Embrulhos e embrulhadas

Reforço de Natal numa livraria. Dia 1

Lá estava eu a fazer embrulhos como se não houvesse amanhã, quando senti o olhar atento de um rapazinho, filho de uma cliente.

- Não sei fazer embrulhos - confessa-me ele curioso.
- É fácil! Não tem nada que saber - assegurei-lhe enquanto lhe piscava o olho e me debatia com o papel dos bonecos de neve.
- Quando chegar à universidade vão ensinar-me a fazer embrulhos? - perguntou-me esperançado.
Não consegui conter uma expressão divertida enquanto lhe garantia que quando chegasse à universidade já saberia fazer embrulhos melhor que eu - É só observares os teus pais e as pessoas nas lojas a fazer. Logo, logo, apanhas-lhe o jeito.

Ele pensou um bocadinho e respondeu muito decido:
- Quando for grande não quero ter este emprego.

Eu abri um enorme sorriso e desejei-lhe, mentalmente, com toda a sinceridade, um mundo melhor que o meu. Pedi ao Pai Natal que quando aquele rapazinho, que ainda não sabe o que quer mas já sabe o que não quer (o que é mais que muito adulto por aí fora), "acabasse a universidade" pudesse mesmo ter o emprego que quisesse.

Pois pensei cá para mim:
Se fosse hoje, tiravas um curso superior e depois ias fazer embrulhos de Natal.
E sabes que mais? Saberias que estavas cheio de sorte!

Thursday, December 16, 2010

Se isto vem só em 3D...

... alguém vai ficar ficar sem dentes e com muitas nódoas negras...
E eu lá vou ter de ir para o cinema com um Ben-u-ron e uma ventoinha de ar fresco.

Até 20 de Maio ponham o Capitão Jack Sparrow em 2D, sim?
Agradecida.



O 3D é a maior paneleirice de todos os tempos.
Só estou à espera que o resto do mundo chegue a essa conclusão.

Ambrósio, apetecia-me algo...

- Paramos para a senhora tomar alguma coisa?
- Não. O que eu queria era algo... bom!
- Compreendo Senhora.
- Apetecia-me um bailado.
- Tomei a liberdade de pensar nisso:



Oh bravo, Ambrósio!

Sunday, November 28, 2010

A box of chocolates


My momma always said, "life was like a box of chocolates. You never know what you're gonna get."

Thursday, November 18, 2010

Deathly Hallows Parte 1

Fãs da saga Harrypotesca podem respirar de alívio e correr para o cinema.
O filme que estreia hoje nas salas portuguesas é, a meu ver, a adaptação mais fiel dos livros de J. K. Rowling.

Há passagens ligeiramente modificadas, uma dança ou outra inventada e cenas cortadas, como é de se esperar num adaptação cinematográfica em que se enfiam 400 páginas de genialidade em duas horas e meia de filme mas é, sem dúvida, o melhor que fizeram até agora.
Verdade seja dita, o último livro é também o mais emocionante e emotivo dos sete, mas o esforço em manter a fidelidade à obra de papel é notável.
David Yates já gosto de si outra vez. Desmontei ontem à noite, quando cheguei a casa, o bonequinho de voodoo que tinha à sua imagem e semelhança atrás da porta (ao lado do boneco à imagem da Kristen Stewart que desconfio que apodrecerá no mesmo sítio).
Espero que já se sinta mais saudável e que a segunda parte dos Deathly Hallows seja tão boa como a primeira.

Claro que o facto de eu já não me lembrar de muita coisa (principalmente pormenores), dado que já li o livro há 3 anos, pode estar a alimentar erradamente esta euforia toda mas, mesmo assim, fiquei tão contente com o resultado que há que partilhar isso com o mundo.

E antes de ir à minha vida fazer algo de útil para a sociedade, deixo aqui uma vénia a todo o elenco mas em particular a Alan Rickman que está perfeito nos cinco minutos de filme em que entra.
Queen Elizabeth: se ele não é Sir, devia ser. Tenho dito.

PS - Esta vénia não se estende à actriz que faz de Ginny (nem quero saber o nome dela), que mais uma vez tem zero de química com o Harry. ZERINHO!
Bem... pensando nisso, parece que tenho de ir fazer mais um bonequinho de voodoo.

Wednesday, September 15, 2010

Ano lectivo 2010 - 2011: mensagem da Sra. Ministra da Educação

Eu sei que "o tempo que é para estudar é mêmo só para estudar, porque se nós estamos a fazer duas coisas ao mêmo tempo não fazemos nenhuma bem!" 
Aliás este vídeo é um claro exemplo disso.
A Sra. Ministra está a tentar fazer várias coisas ao mêmo tempo: falar para alunos, pais e professores (e logo aí esqueceu-se que algum deste público-alvo tem, a modos que, mais do que 5 anos).
Também quer lembrar-se do que tinha planeado dizer, construir frases coerentes... coisas assim!

Mas nas próximas horas quero é "desfrutar de cinema", que os mais novos podem dedicar-se "a fazer trabalho" mas eu que sou mais velha posso fazer outras coisas... Temos é "que nos alimentar bem todos"!

Ela no fundo tem razão... já que não nos podemos orgulhar da nossa ministra da educaçao vamos tentar orgulhar-nos dos nossos alunos.

E se em vez de duas câmaras tivessem usado uma só câmara e um teleponto se calhar para além de obter um melhor discurso, o olhar da ministra até estava sempre concentrado em nós e não andava a passear... Talvez.

Conte lá, Sra. Ministra, filmar isto foi cá uma aventura, não foi?

Tuesday, September 14, 2010

Monday, September 13, 2010

4 semanas da tua ausência...

Já não existes.
O mundo continua inalterado só que tu já não estás nele.
Não consigo conceber um mundo do qual não fazes parte.
Dois anos. Foi tudo o que te oferecemos.
Uma vida inteira. Foi o que tu me deste.
Fecho os olhos e a primeira imagem que vejo é a dos teus últimos segundos de vida.
Não a consigo esquecer.
A tua aflição, o teu pânico e a tua agonia no momento em que tiveste a certeza de que te traí.
E foi assim que foste.
Não foi para teu bem. Foi para nosso.
“Era necessário”, asseguram-me.
Só que não foram eles a levar-te, a segurar-te e a matar-te.

O olhar mais meigo e sedutor que alguma vez vi, a alegria infalível - como um sol – sempre que me via, mesmo que eu só me tivesse ausentado por dois segundos.
Sempre feliz, constantemente bem-disposta e pronta para a brincadeira. Que ninguém tenha dúvidas: foi isto que desapareceu do mundo.
O meu lar está vazio.

Chego a casa, rodo a chave e ouço apenas silêncio.
Não há ninguém do outro lado a urgir-me para entrar mais depressa.
Abro a porta e já não há cauda a dar-a-dar, não há sorriso canino, nem correrias desenfreadas, nem xixi, nem alegria.
O que há é apenas vazio.
O que há é apenas ausência.
É uma ausência que pesa e inunda porque aquela já não era a minha casa, era nossa e hoje já não me parece de ninguém.

Estás em todo o lado.
Como podes não estar em parte alguma?

Mantive-te o máximo de tempo que pude e amei-te o melhor que soube.
Hoje quero-te de volta.
Desconfio que vou querer-te de volta até ao fim dos meus dias.
Não era suposto ires assim.

Estavas imersa em quase todas as acções do meu dia-a-dia.
Estavas a meus pés, no meu tapete, ao meu acordar, vigiavas a minha labuta, acompanhavas-me às refeições e eras a minha sombra nas minhas tarefas de barata tonta.
Nunca te queixavas, nunca te cansavas.
Foste o meu aquecedor, a minha parceira de lutas e a minha companhia.
Sempre a minha companhia.

Eras sem sombra de dúvida, ou resquício de parcialidade a cadela mais linda do mundo.
Tinhas o meu million dollar focinho.
Tenho saudades tuas, a toda a hora, em toda a parte.
Sinto falta de tudo em ti, a toda a hora, em toda a parte.

Sunday, September 12, 2010

The Pillars of the Earth

The Pillars of the Earth é uma mini-série de oito episódios, assinada por Sergio Mimica-Gezzan e baseada no romance homónimo de Ken Follett.

A saga começa no séc. XII, com o naufrágio do Barco Branco e consequente morte do príncipe Guilherme, filho do Rei Henrique I, e herdeiro do trono de Inglaterra.

Após a morte de seu filho, Henrique I nomeia, pela primeira vez na Inglaterra, uma mulher como sua sucessora, a filha Matilde. Só que depois da morte do rei, o seu sobrinho Stephen usurpa o trono, dando início a uma longa guerra de sucessão, um período que ficou conhecido como A Anarquia.

A série leva-nos numa viagem aos tempos medievais para nos contar a história da construção de uma catedral, no priorado fictício de Kingsbridge.



Eddie Redmayne, Ian McShane, Matthew Macfadyen, Hayley Atwell, Rufus Sewell, Tony Curran e Donald Sutherland são apenas alguns dos muitos actores que dão vida a personagens credíveis e fascinantes numa história que nos desperta um vasto leque de fortes emoções e nos mostra a crueldade da vida na idade média.

Política, religião e arquitectura, amor e amizade, trabalho e honestidade montam o cenário de uma excelente produção com olho para o pormenor que nos cativa desde o primeiro ao último episódio.

Recomenda-se, portanto.

Sobre aquele-que-chega-em-Novembro

O realizador é David Yates, o responsável pelos últimos dois filmes.
Isto é o mesmo que dizer que este senhor realizou a melhor e também a pior adaptação destes livros para o cinema.

Estou aqui louca a fazer figas para que a primeira parte do Harry Potter and the Deathly Hallows saia como a Ordem da Fénix e não como o Half-blood Prince.
É que se engendram no último capítulo da saga palermices como queimar a Toca, ou achar que o Harry ficaria especado a olhar, sem estar sob o efeito de qualquer feitiço, enquanto ameaçam a vida do Dumbledore, alguém vai levar com um gato morto no focinho e sem necessidade nenhum.
Já têm tanto material espectacular com que trabalhar para que é que se põem a inventar, hã? Porquê?

Estão avisados, sim? Agora juizinho.

Saturday, September 11, 2010

OMG It’s alive!

Queridos leitores,

O Relatos e Confidências esteve adormecido… morto, vá, por um ano inteiro e mais uns trocos.
A boa vida acabou, meus caros.
Declaro o Sonhos ressuscitado.
(E sim, o Relatos e o Sonhos são o mesmo blog, mas eu tenho a mania que sou diferente.)
Faço, muito em breve, um quarto de século (ou 5 meias décadas como alguém já salientou) e quero dar vida a este blog enquanto ainda tenho 24 anos.
Só porque posso.

Para inaugurar o renascimento deste estaminé vou citar Pablo Neruda com um sensato e inspirador texto que já foi publicado aqui e aqui.


Morre Lentamente

“Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.”