Monday, September 25, 2006

CATS



Fui ontem ver o Cats ao Coliseu...

Era capaz de ficar aqui meia hora a relembrar, a dizer-vos os melhores momentos, os melhores bailarinos, as melhores vozes, mas eu eventualmente vou ter que ir dormir...

De modo que digo-vos só que Cats foi das melhores coisinhas que alguma vez vi na minha vida... e provavelmente nas vossas, e não me parece que algum dia me irei esquecer que uma noite estive sentada a poucos metros de tanta gente tão extraordinária!

Porque há coisas que são indescritíveis... porque às vezes parece-me impossível que o ser humano possa ser tão genial... mas ontem tornei acreditar.. que é! Oh se é!


Ainda agora começou



Os primeiros dias... Detesto os primeiros dias! As primeiras horas, os primeiros conhecimentos, as primeiras apresentações, o primeiro contacto com a realidade, os primeiros abanões, as primeiras bofetadas, os primeiros desesperos e as intermináveis dores de qualquer coisa acompanhadas de uma incompreensível incapacidade de ingerir seja o que for. É... os primeiros dias são difíceis de digerir. Detesto os primeiros dias! Nos primeiros dias detesto isto e aquilo, este e aquele e todos os outros pronomes que surgirem ao longo destes intermináveis, longos e dolorosos primeiros dias. Raisparta os primeiros dias!
Começa logo com a estupidez insana de um indivíduo ter de se levantar quando ainda é noite... Ridículo!! Não durmo nos primeiros dias... nem como, como já disse. Também não faço nada de corpo e alma, ‘tou lá mais ou menos a té-téti e meio. Não me apetece falar nos primeiros dias, apetece-me olhar para trás e relembrar-me mais uma e outra vez porque raio é que fui ali parar. Olho para trás e apetece-me ir para casa e esconder-me. Se alguém perguntar, estou a dizer à minha almofada tudo o que já lhe devia ter dito antes, que as almofadas são coisas para ser respeitadas e acarinhadas. Não lhes damos o devido valor. Depois, penso melhor e sei que agora é tarde demais. “Tens de sobreviver aos primeiros dias”- repito para mim baixinho –“É disso que depende o resto da tua vida”. Pelo menos até amanhã...


E depois a senhora diz: “ Aviso-vos já! São quatro anos a trabalhar que nem cães! E lá po fim do primeiro segundo ano, grande parte de vós descobre que afinal não é bem isto que quer...”


Ora muito obrigado por essa informação, que no primeiro dia de aulas dá um jeito danado! E uma motivação!! Xiiii!! É que agora vamos mesmo a tempo de voltar atrás...


E ainda agora começou....

Saturday, September 23, 2006

Não sei explicar


Juro que não sei explicar mas isto relaxa-me como se não houvesse amanhã!
É ridículo e é do melhor. I lobe it!

Mas lembrem-se... é a minha cena! Nada de intupir o site com as vosss visitas. É também viciante. Sim, e estremamente estúpido, mas também a Morangada e ninguém se precupa com isso...

Isto sim é um coro brutal! Lobe it, lobe it, lobe it!

Sunday, September 17, 2006

Já ninguém se apaixona?

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e é mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banancides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. é uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Friday, September 15, 2006

Foi Batizado Ititiguará

Já tenho carro e é estiloso!
Mesmo com a minha guia posso conduzi-lo fora de território nacional, é resistente aos choques e o combustível é de baixa manutenção.

Porque quando se tem amigos eles vão até ao limite para ajudar a concretizar os nossos sonhos. Escutam os nossos pedidos e mesmo quando estes não estão ao alcance deles, há que puxar pela criatividade que Deus lhes deu para os realizar.
Esta é a minha forma de vos dizer...
Obrigada Nês, Daeni e Jo,
por tudo o que fizeram; as taças que partiram; os balões que encheram; a trilogia que me fizeram começar; a gelatina que fez os meus olhos brilhar; as velas que soprei com os meus desejos; o meu T; a Praínha do Corgo (há coisas que ficam pura e simplesmente fixo); a primeira auto-estrada da Daeni; a galinha, as amêndoas e o porco com as ostras; o Senhor do Ribadouro; e o meu Ititiguará.
Se algum dia não vos parecer... esfreguem os olhos e lembrem-se que ontem, hoje e muito provavelmente amanhã eu...
GOSTO MUITO DE VÓS!

Wednesday, September 13, 2006

Devaneios Maníaco-Depressivos De Uma Aniversariante

Porto, 13 de Setembro de 2006, 00h05

Estou confusa. Não sei se me entristeço com a proximidade do fim das últimas horas com 20 anos ou se me alegro por ter resistido ao ímpeto comum e global de cortar os pulsos, conseguindo chegar aos 21 mais sã e salva que muito boa gente.
Nostalgia. É capaz de ser nostalgia. Não sei muito bem porquê, que este foi um ano pesado, talvez por não ter sido assim tão pesado que os meus ombros não o pudessem suportar.
Pausa na escrita para ler a primeira mensagem de parabéns. É da Marta. Nunca falha. Cá está... as pessoas dizem “Parabéns”. Interpreto como um parabéns por teres nascido ou parabéns por teres resistido até aqui, de qualquer maneira o primeiro não faz sentido nenhum e o segundo é bastante mórbido para um dia de comemorações como o nosso aniversário. Seja como for a Marta não usou os parabéns, desejou “que esta data se repita por muitos e muitos anos”. Amen! Quer dizer, pensando bem, as Torres Gémeas já caíram faz cinco anos e o 11 de Setembro continua a repetir-se, o que significa que mesmo depois de eu morrer este dia continua a repetir-se. ‘Tá mal. Não devia ser. 13 de Setembro grita o meu nome a plenos pulmões. É o meu dia e ‘tá dito! Pausa para ponderar este pensamento deveras egoísta. Hum... desculpo-me porque faço anos.
Pois é, quando fazemos anos parece que podemos fazer tudo mas não há tempo para nada. Planeamos isto e aquilo e como todos os planos ou saem furados ou rebentam-nos na cara. Não é bonito. Quase sempre, vá. É estranho que o meu aniversário remeta tanto para a morte quando, na realidade, celebra o nascimento. Deve ser dos 21. Aparvalhamos à medida que crescemos e não o contrário como toda a gente pensa. É um processo contínuo e crescente.
Não me sinto mais adulta, muito menos mais responsável. Sinto que o tempo me foge por entre os dedos e eu ainda não fiz nada daquela lista de coisas a fazer antes de morrer. Eheheh, afinal é giro ter 21, fiquei mais dramática. É isso, sinto-me mais dramática. Devia escrever o meu testamento, suponho que seja mais fácil quando nos sentimos teatrais. Já tentei mas não consegui. Tenho tralha a mais e dá uma trabalheira desgraçada enumerar todos os meus bens, quanto mais pensar em quem é que quererá aquilo depois de eu morrer. E se quando eu morrer já for tão velha que já não tenha nada do que tenho hoje, tenha, no entanto, outras coisas? Tive um puto dum trabalhão para nada. É com este seguimento de pensamentos que dou por mim exausta pousando a caneta e o papel. Vou lá para fora espairecer e volto como nova sabendo que será pouco provável fazer um testamento de coisas que pouco ou nada valem se não para mim.
Agora penso nos obituários. Falava de testamentos a coisa deve ter surgido daí. Nós não temos disso. Acho mal, devíamos ter. Os Americanos têm. Pensando melhor, se calhar não devíamos ter. Mas que é bonito é. Também já tentei escrever o meu próprio obituário, mas não consigo. É daquelas coisas que os outros fazem melhor... Fulano de Tal nasceu na data X. Tinha uma alma de num-sei-quantos, fez num-sei-o-quê da sua vida... Depois é suposto seguirem-se uma data de elogios ou de críticas negativas ou os dois e ficamos todos a saber quem foi Fulano de Tal. Parece-me uma ideia importante e bonita esta coisa dos obituários que nós não temos.
‘Tou a ficar podre de sono e já não me apetece falar mais em obituários. Mais uma vez não me parece que vá conseguir escrever o meu. Até porque não me sinto lá muito boa pessoa este ano. Acho que já fui melhor. Ser-se boa pessoa dá trabalho, requer esforço e dedicação. Vou dormir para amanha viver o primeiro dia do resto da minha vida com força, energia e vontade de ser uma pessoa melhor. Só por ter tido este pensamento já me sinto alguém ligeiramente melhor que a de há dois segundos atrás.
Sendo assim...
Boa Noite e Boa Sorte

Saturday, September 02, 2006

His Dark Materials






Um OLÁ bem grande a todos vocês que já tinham saudades de relatos e confidências com sabor a sonhos e bolinhos!
Esta passagem, rápida ou não (ainda não sei), destina-se a deixar neste blog um bocadinho de cultura, só um bocadinho que não gosto de exageros.
Ontem à noite acabei de ler uma trilogia que o meu queridíssimo irmão desencantou não sei bem onde, provavelmente no mundo da Fnac, que A Autoridade a abençoe! A trilogia tem o nome de His Dark Materials, traduzida para Mundos Paralelos em Portugal. Para quem gosta de ficção científica com pés e cabeça e muito mais pelo meio estes três livros vão ser difíceis de pousar uma vez começada a leitura. Um misto de fantasia e ciência, de morte e vida são os ingredientes desta saga onde o autor, Philip Pullman, vai beber conceitos e ideias a J.R.R.Tolkien, Nietzsche, J.K.Rowling entre muitos outros de uma forma genial. Os Reinos do Norte, A Torre dos Anjos e O Telescópio de Âmbar levam o leitor para uma porrada de mundos de uma forma tão subtil que nem damos por ela. Para todas as idades, o Sr. Pullman conseguiu aqui uma aventura de cortar a respiração, enternecer corações e marcar almas.

Tendo já sido adaptada para peças de teatro, esta obra está neste momento a ganhar vida para as salas de cinema. O realizador é o mesmo dos Americans Pies 1 e 2, não sei se há mais, espero bem que não, mas eu tenho fé e acredito que Chris Weitz vai fazer um bom trabalho! Na realidade acho que não mas há que ser positivo... Sr Jackson, Peter, tu que vens aqui tão religiosamente ler o meu blog, meu querido amigo, ainda não é tarde para seres tu a realizar estes filmes...
Em resumo, o que vos quero deixar é a minha opinião, não fiquem à espera do filme tipo tonos, burros e preguiçosos. Ide arranjar um exemplar desta trilogia! Mas não comprem um de cada vez porque quando acabarem o primeiro não vão conseguir esperar para ler o segundo.

Deixo-vos então na companhia de Will e Lyra, que já me deram tantas emoções...