Friday, July 29, 2011

Where?


 - I would've loved you forever. Now, please go.
 - Don't do this, Alice. Talk to me.
 - I am talking. Fuck off.
 - I am sorry. You misunderstand. I didin't mean to...
 - Yes, you did.
 - I love you.
 - Where?
 - What?
 - Show me, where is this love? I can't see it. I can't touch it. I can't feel it. I can hear it. I can hear some words, but I can't do anything with your easy words. Whatever you say, it's too late.
 - Please, don't do this.
 - It's done. Now, please go, or I'll call security.

Wednesday, June 22, 2011

No dia em que eu morrer

No dia em que eu morrer os meus amigos juntar-se-ão ao ar livre num campo verde, ao pé de um lago. Uns relembrar-se-ão do momento em que me conheceram e recordar-se-ão de como me odiaram e me acharam uma besta. Ocorrer-lhes-á então o meu primeiro acto que os levou de mudar opinião em relação a mim. Outros pensarão apenas em como instantaneamente os cativei. Continuarão a lembrar-se de como nos tornamos amigos. Vir-lhes-á à memória o que fizemos e deixamos de fazer um pelo outro. Prosseguirão a rir das nossas aventuras e das parvoíces mais idiotas que levei avante. Vão pensar nas aflições que ultrapassamos juntos e nas tristezas que superamos com o apoio um do outro. Contarão novamente as nossas histórias lendárias que foram passando de boca em boca ao longo dos anos. Falarão das peripécias mais embaraçosas e das façanhas mais inusitadas. Os jogos, os desafios, as conversas, as noites e os dias. Emergirão também os gestos mais bonitos e ternurentos assim como os momentos mais simples e comuns que faziam os nossos dias e que deixarão inevitavelmente de acontecer. E, pela primeira vez, sem saberem se por hábito ou por homenagem, vão todos começar a cantar canções com as palavras que acabaram de ser ditas, tal como eu tinha a mania de fazer. Vão sorrir, vão chorar, vão rir… vão recordar. E se ao início não sabiam como começar a minha despedida, agora vêem-se obrigados a dizer apenas adeus. 

Não haverá funeral, nem haverá missa. Não haverá vigília, nem procissão. Não haverá roupas pretas, nem cânticos pré-ensaiados. Não haverá espectáculo, nem audiência. 

No dia em que eu morrer, os meus amigos guardarão tudo o que tenho de bom. Saberão porque a nossa amizade nasceu, vingou e resistiu. 

No final levarão consigo a única recordação que importa: a saudade, aquela que carrega consigo todas as boas memórias de nós, aquela que se manifesta na dor da ausência.

Monday, May 30, 2011

Monday, April 04, 2011

Dois meses numa livraria

Há gente a mais no mundo. Principalmente ao fim-de-semana.
Tenho para mim que antes de ser político, e enquanto tentava singrar como artista, Hitler trabalhou numa livraria e foi aí que o cérebro dele começou a avariar.
Tenho ondas esporádicas de instintos verdadeiramente homicidas quando estou a trabalhar, principalmente ao sábado. A sorte dos clientes é que eu peso menos de 50kg e meço pouco mais de metro e meio e, claro, há que ter noção das nossas limitações.

A propósito do Hitler, hoje um cliente queria trocar uma edição do Mein Kampf por outra específica, a que vamos chamar “Y”. Fui ao sistema e não tínhamos. Só por encomenda.

Cliente: E a edição do “X” (não me lembro agora que autor ele referiu)?
Eu: Pois esse autor não me aparece aqui.
Cliente: Posso ver?
(entra pelo balcão adentro e aponta para um dos resultados que me apareceu)
É provavelmente este. Tem?
Eu: Tenho de confirmar. Dê-me só um minuto.
Vou à estante, tiro livro, ponho livro, procuro… procuro…
***
E lá encontro. Volto ao balcão.
Eu: Está aqui. (enquanto lhe mostro o exemplar)
Cliente: Pois, exactamente. É essa!
Aguardo que ele pegue no livro. Ele continua a olhar para mim.
Cliente: Pois, mas eu não quero essa. Quero a outra, a do “Y”.
Eu: A que eu não tenho?
Cliente: Sim.
Eu: Então quer fazer a encomenda?
Cliente: Sim.
Eu: E não quer ver esta?
Cliente: Não. Essa já conheço.

Como eu disse, instintos homicidas.

Tuesday, March 15, 2011

Um mês e uns trocos noutra livraria...

Primeira constatação:
As pessoas não sabem o quer dizer a palavra apelido.

Segunda constatação:
As pessoas não sabem o que significa o verbo soletrar.

O que devia estar escrito no balcão em letras garrafais:
"Lamentamos, mas o que os funcionários têm à frente são computadores, não são bolas de cristal."

Tenho muitas mais pérolas para partilhar convosco mas agora vou dormir que este horário não me permite ter vida social, como já repararam. Foi só mesmo para dizer olá.

Olá!

Saturday, January 08, 2011

Silêncio e tanta gente

Estou muito muito indecisa.

Não sei se gosto mais da canção ou dos primeiros 10 segundos do vídeo...

Wednesday, January 05, 2011

Desporto em sentido lato

Esta notícia deu hoje no telejornal da SIC e está online no site do mesmo canal:

«Portugal sonha com 4º lugar no Mundial de Matraquilhos

A seleção nacional de matraquilhos, que no ano passado trouxe para Portugal o 9º lugar no campeonato do mundo da modalidade, vai lutar pelo 4º, na edição deste ano, em Nantes, França. Portugal vai jogar em alguns escalões com os Estados Unidos, campeão do mundo, e noutros com a França, "um dos países com mais expressão na modalidade".
O selecionador nacional, Vítor Fonseca, afirmou que, "apesar da pouca sorte no sorteio das equipas e da desvantagem técnica, os atletas sentem-se mais fortes e vão partir para a competição certos de que farão uma melhor prova do que no ano passado". (...)»

Os "atletas"??
A sério que os jogadores de matrecos se chamam atletas?
E que os matrecos são um desporto?
Juram?

Oh pá, extraordinário!

E eu que sempre pensei que os atletas fossem os homenzinhos de madeira, dentro da caixa, aos pontapés à bola de pingue-pongue...

Ele há coisas formidáveis...

ET Go Home!

Juro que fico com pele de galinha quando ando por esses sites fora à procura de emprego.
Não é a depressão do não ter emprego e do antever um futuro mais negro que a peste.
A desmoralização não ajuda, só atrapalha e já me deixei disso (até ver, pelo menos).

É o facto de sites como o Carga de Trabalhos deixarem alienígenas publicar anúncios nas páginas deles.
É que algumas ofertas de emprego são escritas por pessoas que não são de cá, meus amigos. Garanto-vos!
E eu sou toda a favor da igualdade de direitos mas traço a linha imaginária do meu limite a extra-terrestres.
Peço desculpa mas vocês voltem lá para o vosso planeta que aqui já há gente suficiente.

Mas eles continuam a redigir propostas de emprego e propostas de estágio e ninguém diz nada.
Está tudo bem.
Deixam o ET telefonar para casa, pagam a conta à PT e ainda agradecem porque ele é fofinho.

Estou fartinha de empresas que têm uma vaga mas na realidade precisam do trabalho de uma equipa.
Então pedem uma pessoa que domine todos os softwares inventados pelo homem (e alguns até devem ter sido inventados para lá do Cinturão de Orion porque eu nunca sequer ouvi falar neles.)

Para além disso, esse domínio dos softwares (que não pode passar apenas por um conhecimento básico) tem de ser comprovado por anos de experiência.

Estou pelos cabelos de empresas que pedem pessoas com experiência só porque sim.
O trabalho pode perfeitamente ser feito por um recém-licenciado, mas eles querem experiência.
Expliquem-me como é que os recém-licenciados vão ganhar experiência se as ofertas exigem, no mínimo, 3 anos de experiência.
Ai já sei. Metam-se em estágios curriculares.
Que desses há muitos e gente a trabalhar de graça é o que se quer.
É bom para o CV e dá-vos estaleca!
Mas sabem o que não dá? Dinheiro.
Pois é, e nos dias que correm ganhar uns trocos dava um jeitaço do caraças.
Porque trabalhar de graça começa a mexer com os nossos nervos.

Mas o que me tira do sério é estes alienígenas acharem que uma oferta de emprego deve estar carregadinha de originalidade e humor.
Agora encontrei este:

“Muita criatividade, espírito de equipa, que saiba pensar e faça os outros pensar e que tenha um despertador que toque a horas.
Alguém com bons conhecimentos de Inglês falado e escrito, boa relação com a língua materna (nada de traições), bons conhecimentos de informática, espírito de iniciativa e capacidade de aprendizagem, e ainda, uma licenciatura na área porque ninguém nasce ensinado.
Funções:
-Escrita criativa e editorial;
-Apoio ao desenvolvimento de conceitos e estratégias de comunicação;
-Revisão de conteúdos.
Junta o teu portfolio e os teus dados pessoais e envia para o email indicado.
Tipo: full-time / estágio 3 meses / subsídio de alimentação e transporte.”

Sim, é um estágio curricular para alguém que já se licenciou (ou seja, que já fez um estágio curricular e agora precisa é de ganhar dinheiro).
E não precisa ser pontual, tem é de ter um despertador que toque a horas.
Amigos! Uma proposta de emprego tem de conter toda a informação necessária de forma simples, directa e clara.

Se um tipo anda à procura de emprego, o mais provável é não estar com grande paciência para piadas parvas e chavões, sim?
Agradeço o esforço e as boas intenções mas… não façam mais, está bem?

E pelo amor da santa, tentem contratar uma pessoa para um cargo só e não para fazer o trabalho de 5, ok?
Os designers não são programadores, os engenheiros não são designers, os assessores não levam os diversos veículos da empresa ao mecânico, os médicos não são jornalistas e as pessoas não vivem de ar e vento.

Amanhã, se quiserem, ensino-vos mais diferenças entre profissões, que tal? Parece-vos bem?