Saturday, December 30, 2006

Babel



The world is really, really fucked up but once in a while... it surprises us.

Está nos cinemas.

Ide ver!

Friday, December 29, 2006

Hearts in Atlantis


A minha pergunta é:

Mas porque é que não ouvi falar mais deste filme?

Por alguma razão o povo deixou de se interessar por histórias simples, aquelas que fazem cair uma lagrimita numa cena ou outra que nos tira o chão.
Corações na Atlantida é assim, uma história simples que me comoveu, com um Sir Anthony Hopkins no seu habitual, ou seja, muito bom.

Aconselho… a todos aqueles que ainda encontram magia nas histórias mais simples que uma infância pode conter, mesmo que vividas numa outra pele que não a nossa.

Friday, December 22, 2006

BOM NATAL

Caros leitores deste blog,

Desejo-vos um Bom Natal com muito humor e muito amor.

Dinguelinguelim e dinguelinguelom para todos vós!

Wednesday, December 20, 2006

Um Adeus a Barbera


Porque não pode ser antes, o Relatos e Confidências presta hoje homenagem a um grande senhor da minha infância... e adolescência... e juventude, Joseph Barbera.
O criador de coisinhas mágicas como Os Flintstones, Os Jetsons, Scooby-Doo ou Tom and Jerry , partiu esta segunda-feira para outras aventuras em mundos diferentes.
Aqui fica um grande Bem-Haja por toda a magia que criou em vida.

Tuesday, December 05, 2006

Fofinho não é bonito...

Há dias disseram-me que não se deve chamar "fofinho" a uma pessoa, que não é carinhoso, é pejurativo. Não consegui perceber muito bem porquê ate vir aqui.
"fofo:
adj. - que cede à pressão; mole; macio, brando; fig., impostor; vão, enfatuado;
s. m. - ornato fofo;
fam. - a cama; (no pl. ) tufos no vestuário."
Por favor, não tornem a chamar fofinho a alguém, sei lá... assim na loucura, não me parece bem.

Sunday, December 03, 2006

Calinadas saudáveis... ou não 3

"É claro que é dificil coordenar o cérebro com os pés..."

Zé Manuel, vocalista dos Fingertips, ontem no Dança Comigo

Tuesday, November 28, 2006

Vitinho

Tenho saudades do Vitinho, a verdade é essa! Quais patinhos, qual carpuça! O Vitinho é que era e nunca mais se fez coisa igual.

Para os bébes que não sabem quem é esta tão amada personagem cá vai um bocadinho de cultura:

"O Vitinho foi um desenho animado de grande sucesso em Portugal, cujas transmissões duraram entre os anos de1986 a 1997.

Em meados de 1986, a RTP decidiu lançar um spot diário de animação com o objectivo de criar um 'marco horário' que levasse as crianças a deitarem-se cedo. Nesse sentido, a Milupa Portuguesa, que possuía um boneco muito carismático nas suas campanhas, decidiu produzir uma película de animação para adormecer as crianças. Desconhecia-se, no entanto, o sucesso que esse desenho animado viria a alcançar.
Após a transmissão da primeira película de animação, seguiram-se três novas com vista a actualizar a primeira.

A transmissão diária das películas "Boa noite, Vitinho!", sempre em horário nobre, atribuíram-lhe picos de audiência e uma admiração consensual: não só por parte das crianças, mas também por pessoas de todas as idades."

E agora ide dormir que já deu o Vitinho...

Sunday, November 26, 2006

Ele é com cada uma...

«Médicos querem enfermeiras com mini-saia para uniforme

Os médicos de uma pequena cidade da Roménia têm pedido às suas enfermeiras para usarem mini-saia como farda de trabalho. O pedido é justificado com a elegância, porque para os médicos da cidade de Lasi as enfermeiras ficam muito mais elegantes com mini-saia do que com uma saia mais comprida. Os médicos já enviaram um pedido formal ao Ministério da Saúde do país para exigir a mini-saia como obrigatória para os uniformes. Na carta enviada às autoridades, os médicos afirmam que o actual uniforme está “fora de moda” e deve ser adaptado às novas tendências, “que não são de certeza as saias abaixo do joelho”. Será que este é o único motivo para a exigência dos médicos? Surpreendentemente, a carta, depois de recebida pelo Ministério da Saúde, está a ser cuidadosamente analisada para que este se possa pronunciar sobre a aprovaçao ou não da exigência. Iulian Serban, o médico líder da iniciativa, afirmou que “acredita que todas as enfermeiras e médicas deveriam usar mini-saia, pois seria muito mais elegante”. Agora resta saber se a mini-saia vai passar a ser moda!»

In Destak, 24 de Novembro de 2006


Há coisas que nem vale pena comentar...

Wednesday, November 22, 2006

Os Outros

Hoje saí da faculdade lá pas 17h e rumei a casa; no caminho, como todos os dias, passei por um colégio. À porta, estava um pai, com um ar cansado, à espera da filha . Quando esta saiu e num acto reflexo pegou na mochilita da menina e estendeu-lhe a pasta preta que provavelmente leva todos os dias para o trabalho. A menina olhou para ele com um ar confuso que o levou a perceber o erro.
- Oh papá, distraíste-te agora!
- Pois foi, filha.
- Mas se quiseres eu levo... – disse com um ar sério enquanto esticava o bracito para pegar na pasta preta.
- Não filha, o papá leva que é muito pesada para ti. A mim não custa, mas a ti fazia-te muito mal à coluna.
A menina deu o mão ao pai e com um orgulho muito grande olhou lá para cima para os olhos dele e exclamou:
- Oh papá, tu és tão forte!

Pois é... às vezes a vida faz mesmo sentido.

Wednesday, November 15, 2006

Calinadas saudáveis... ou não 2


Aviso de última hora:

É pa avisar aí o mundo que, este ano, segundo a Mafa, "o Natal é de 2ª pa 6ª".
Considerem-se notificados.

A Não Perder


Gosto muito de dizer mal mas também gosto muito de dizer bem quando os elogios são merecidos. Anatomia de Grey merece todos os elogios e mais algum. Estreia hoje na RTP 1 às 23h e repete Domingo às 19h.
Vale a pena ver e viver o dia-a-dia destes cirurgiões que se tornam mestres na arte de misturar a vida pessoal com a profissional. Um equilíbrio perfeito de drama e comédia ao melhor nível da televisão actual.
Aproveitem pelo menos para ver o primeiro, que tendo em conta o que a RTP tem feito às séries, como Lost e Alias, sois capazes de nunca mais a ver no horário certo... ou de todo.

Anatomia de Grey é envolvente, hilariante e comovente. Façam um favor a vocês próprios e sigam-na.

PS – Deixem-se lá de preconceitos que não, não é uma série de gajas.

Teóricas um Bocadinho Facultativas

Em 3 anos de ensino superior nunca vi disto. Foi preciso entrar na UP para me deparar com tal fenómeno, aquele a que chamo teóricas um bocadinho facultativas. Passo a explicar a minha frustração.
Para mim, as aulas teóricas são ou não são facultativas. Ponto final, não há cá meias tintas que estudante já é confuso sem a ajuda de terceiros. Mas pelos vistos não, andei enganadinha. Há uma terceira opção. É a meia estação entre o Verão e o Inverno, o tépido entre o quente e o frio ou o mais-ou-menos entra o mais e o menos.
Portanto, chego à faculdade e no início do ano pergunto (que mais vale prevenir do que remediar): “Como é? Aqui nas teóricas temos faltas ou não?”. É uma pergunta simples e clara, a meu ver. A resposta também foi: “As teóricas são facultativas, não têm falta.” Há cursos em que as teóricas são como as práticas, de presença obrigatória, há cursos em que elas são faculativas e há cursos em que escolhemos se queremos uma avaliação contínua, em que as teóricas são de presença obrigatória, ou avaliação por exame, em que as teóricas não são obrigatórias. Isto era a informação que eu tinha no cérebro, agora já fiz um upgrade, que estamos sempre a aprender.
Assim, a modos que dois meses depois das aulas terem começado, avisam-me que a prof de uma cadeira de componente apenas teórica ameaçou penalizar os alunos que faltavam muito às aulas. Liguei para secretaria:
- Desculpe lá, precisava aqui de uma informaçãozinha.
- Diga.
- Eu possso chumbar por faltas a uma cadeira que é só teórica?
- Depende. Silêncio
- Uh... atão e depende de quê?
- Se o professor achar que o aluno tem um número muito elevado de faltas pode penalizá-lo na nota no final do ano.
- Mas então... ele não tinha de ter dito isso no início do ano?
- Não precisa sequer de dizer, menina.

Cá está! Teóricas um bocadinho facultativas.
Não temos faltas mas temos, percebem? Eu não.

O Crime que é “O Crime do Padre Amaro”

Há poucas semans atrás passou na televisão “O Crime do Padre Amaro” de Carlos Coelho da Silva. Lembro-me que na altura em que o filme era apresentado nas salas de cinema, o próprio trailer de promoção convidava ao teatro ou até às compras de supermercado. Respondi a quem me convidada a ir vê-lo que não queria gastar nem 5 cêntimos naquela película.
Deu na SIC. Vi. Formei opinião concreta. Pensei que o filme fosse mau, agora sei que é muito mau.
Não sou propriamente defensora do clero e da igreja, longe disso, mas eté eu me revoltei com a mensagem transmitida no filme. Acho que até Eça de Queirós, mesmo com a sua aversão ao clero, deu umas quantas voltas no túmulo ao ver o seu livro adaptado desta forma.
Todos os padres são, portanto, pedófilos, corruptos, cheios de desejos carnais reprimidos, que não reprimem e fazem-se acompanhar de mais uma carrada de podres da sociedade. Infeliz de quemm pensa assim. Vamos lá entender uma coisa: existe má conducta em todo o lado e em todas as profissões. Se eu disser que os polícias metem todos dinheiro ao bolso, que os médicos e os enfermeiros são todos antipáticos e prepotentes, que os engenheiros são todos abrutalhados, que os jornalistas são todos sensacionalistas...não é exactamente a mesma coisa? A única diferença é que aui já se levantam muitas vozes em fúria. Não percebo.
Tambem não perecbo como é que, alguma vez, alguém achou que Soraia Chaves era actriz. Não me lembro de uma Amélia que falava, andava e comia uvas como se estivesse a ter um orgasmo. Se calhar era assim, eu é que achei que não fazia sentido nenhum no contexto do que se está a querer contar.
Por falar em actrizes, por que é que a personagem de Ana Marques tem um sotaque nortenho num bairro de Lisboa? Se calhar não, é difícil ter certezas quando em cinco minutos de cena ela só diz “Olha a miúda!” repetidamente.
Uma mais valia do filme é Cláudia Semedo. Mas agora expliquem-me... Por que raio é que ela tem de aparecer nua naquela cena de sexo, perfeitamente desnecessária, contradizendo toda a lógica da personagem?A narrativa era afectada se aquela cena não existisse? Era. Ficava muito melhor.
Também é giro ver Hugo Sequeira a fazer de branco com demasiado bronze. Acompanha a banda sonora que é completamente “creepy”.
E coisas positivas não tem? Tem. A cena no confessionário entre o Padre Amaro e a Amélia é muito bonita até fazerem um grande plano da mamas dela. São uns 7 segundos de grande qualidade.
Por isso choca-me, irrita-me mas, essencialmente, entristece-me profundamente que este seja um dos filmes portugueses mais vistos de sempre. E quando pergunto se viram o "Alice" respondem-me que ela hoje não tem aulas de tarde... Mas o que me deixa realmente de rastos é o facto de tanta gente ter gostado e achar que isto é que é bom cinema...

Wednesday, November 08, 2006

Nunca...mas...

Também eu me vi a fazer este exercício:
(Ou a "Ronda Noturna" daqui)

Nunca fiz paraquedismo, mas já caí de paraquedas em muitas situações.
Nunca estive num terramoto, mas já fiquei sem chão.
Nunca acreditei que alguém desse alguma coisa a alguém, mas já me ofereceram porrada.
Nunca conheci Meredith Grey, mas ela entra em minha casa todos os dias.
Nunca me meti na droga, mas já me ausentei deste mundo vezes sem conta.
Nunca falsifiquei os meus documentos, mas às vezes não sei quem sou.
Nunca me embebedei, mas já fiz e disse muitos disparates.
Nunca voei como as borboletas, mas já me cortaram as asas...

Telejornais

“Uma para a cacha

O principal triunfo do telejornalismo é a mobilidade: estar com imagens (inacessíveis à rádio) às cavalitas do facto (inacessível ao jornal impresso). Ou seja, os primeiros a dar as últimas. Ora, salvo honrosas excepções (quase todas na SIC e quase nenhuma na TVI), o telejornal português, com o dinamismo de um coala, é o primeiro a estar nas últimas. Repetem “n” vezes, no dia seguinte, a mesmíssima peça gravada e emitida na véspera, sem actualizar uma vírgula do texto. Às dez da manhã, ainda a tirar a remela do olho, ouvimos como esta: “O ministro esteve hoje à noite no...” Em Portugal não existe o texto telejornalístico, que deve ser fluente e liso por causa da verbalização. As frases são proustianamente quilométricas, como se o objectivo fosse fazer o pivô deitar os bofes pela boca. Há três advérbios para cada verbo. O estilo é macarrónico e parnasiano, inspirado naquele me que a Maria Cachucha respondia às cartas do namorado. Dir-se-ia que metade dos pivôs quer ser romancista (a outra metade já é).
Mais subordinados à opinião pública e ao maniqueísmo do ‘pró ou contra’, os telejornais jogam à defesa. Cada segundo na TV vale milhões – mas os telejornais dão a sensação de que estão sempre a ‘encher o chouriço e a empurrar com a barriga’. São mais que as mães as peças que não entram (ou não saem) na hora certa, em que o som é infra-sónico e os planos mais redundantes que o verso de Gertrude Stein: ‘Uma rosa é uma rosa é uma rosa’. E os cortes são tão esquartejadores que parece haver uma moto-serra desgovernada na régie. Ah, uma dúvida: para se fazer um directo num telejornal, a condição «sine qua non» é que o repórter seja gago? No dia do assalto ao banco de Setúbal que degenerou em sequestro, José Alberto Carvalho teve de interrompor a lengalenga da colega no local e grunhir-lhe nas entrelinhas: ‘Que raio, afinal, aconteceu?’ A resposta implícita foi: ‘Passo’. Assim, apesar das trombetas na abertura e no encerramento, dos acrílicos e dos cromados e da mania da notícia-espectáculo, os telejornais com frequência lembram aqueles circos pindéricos, cuja tenda é mais fita-cola do que lona e cujo tigre já usa placa.
Anexa aos telejornais, a meteorologia, é verdade, continua a ser muito útil. Deus, por exemplo, no sétimo dia descansou – mas aí choveu a potes e Ele não pôde ir à praia. Contudo, e sem querer ser implicante (ninguém aprecia tanto uma crítica construtiva como quem a faz), eu sempre soube perfeitamente quando vai cair uma carga de água. Exactos cinco minutos depois de eu finalmente ter tido vergonha na cara e lavado o carro."

Paulo Nogueira in Expresso (14-10-06

“... So pretty in the sky...”

Hoje vi o arco-íris. A última vez que me lembro de o ter visto andava eu na primária...

Monday, September 25, 2006

CATS



Fui ontem ver o Cats ao Coliseu...

Era capaz de ficar aqui meia hora a relembrar, a dizer-vos os melhores momentos, os melhores bailarinos, as melhores vozes, mas eu eventualmente vou ter que ir dormir...

De modo que digo-vos só que Cats foi das melhores coisinhas que alguma vez vi na minha vida... e provavelmente nas vossas, e não me parece que algum dia me irei esquecer que uma noite estive sentada a poucos metros de tanta gente tão extraordinária!

Porque há coisas que são indescritíveis... porque às vezes parece-me impossível que o ser humano possa ser tão genial... mas ontem tornei acreditar.. que é! Oh se é!


Ainda agora começou



Os primeiros dias... Detesto os primeiros dias! As primeiras horas, os primeiros conhecimentos, as primeiras apresentações, o primeiro contacto com a realidade, os primeiros abanões, as primeiras bofetadas, os primeiros desesperos e as intermináveis dores de qualquer coisa acompanhadas de uma incompreensível incapacidade de ingerir seja o que for. É... os primeiros dias são difíceis de digerir. Detesto os primeiros dias! Nos primeiros dias detesto isto e aquilo, este e aquele e todos os outros pronomes que surgirem ao longo destes intermináveis, longos e dolorosos primeiros dias. Raisparta os primeiros dias!
Começa logo com a estupidez insana de um indivíduo ter de se levantar quando ainda é noite... Ridículo!! Não durmo nos primeiros dias... nem como, como já disse. Também não faço nada de corpo e alma, ‘tou lá mais ou menos a té-téti e meio. Não me apetece falar nos primeiros dias, apetece-me olhar para trás e relembrar-me mais uma e outra vez porque raio é que fui ali parar. Olho para trás e apetece-me ir para casa e esconder-me. Se alguém perguntar, estou a dizer à minha almofada tudo o que já lhe devia ter dito antes, que as almofadas são coisas para ser respeitadas e acarinhadas. Não lhes damos o devido valor. Depois, penso melhor e sei que agora é tarde demais. “Tens de sobreviver aos primeiros dias”- repito para mim baixinho –“É disso que depende o resto da tua vida”. Pelo menos até amanhã...


E depois a senhora diz: “ Aviso-vos já! São quatro anos a trabalhar que nem cães! E lá po fim do primeiro segundo ano, grande parte de vós descobre que afinal não é bem isto que quer...”


Ora muito obrigado por essa informação, que no primeiro dia de aulas dá um jeito danado! E uma motivação!! Xiiii!! É que agora vamos mesmo a tempo de voltar atrás...


E ainda agora começou....

Saturday, September 23, 2006

Não sei explicar


Juro que não sei explicar mas isto relaxa-me como se não houvesse amanhã!
É ridículo e é do melhor. I lobe it!

Mas lembrem-se... é a minha cena! Nada de intupir o site com as vosss visitas. É também viciante. Sim, e estremamente estúpido, mas também a Morangada e ninguém se precupa com isso...

Isto sim é um coro brutal! Lobe it, lobe it, lobe it!

Sunday, September 17, 2006

Já ninguém se apaixona?

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e é mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banancides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. é uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Friday, September 15, 2006

Foi Batizado Ititiguará

Já tenho carro e é estiloso!
Mesmo com a minha guia posso conduzi-lo fora de território nacional, é resistente aos choques e o combustível é de baixa manutenção.

Porque quando se tem amigos eles vão até ao limite para ajudar a concretizar os nossos sonhos. Escutam os nossos pedidos e mesmo quando estes não estão ao alcance deles, há que puxar pela criatividade que Deus lhes deu para os realizar.
Esta é a minha forma de vos dizer...
Obrigada Nês, Daeni e Jo,
por tudo o que fizeram; as taças que partiram; os balões que encheram; a trilogia que me fizeram começar; a gelatina que fez os meus olhos brilhar; as velas que soprei com os meus desejos; o meu T; a Praínha do Corgo (há coisas que ficam pura e simplesmente fixo); a primeira auto-estrada da Daeni; a galinha, as amêndoas e o porco com as ostras; o Senhor do Ribadouro; e o meu Ititiguará.
Se algum dia não vos parecer... esfreguem os olhos e lembrem-se que ontem, hoje e muito provavelmente amanhã eu...
GOSTO MUITO DE VÓS!

Wednesday, September 13, 2006

Devaneios Maníaco-Depressivos De Uma Aniversariante

Porto, 13 de Setembro de 2006, 00h05

Estou confusa. Não sei se me entristeço com a proximidade do fim das últimas horas com 20 anos ou se me alegro por ter resistido ao ímpeto comum e global de cortar os pulsos, conseguindo chegar aos 21 mais sã e salva que muito boa gente.
Nostalgia. É capaz de ser nostalgia. Não sei muito bem porquê, que este foi um ano pesado, talvez por não ter sido assim tão pesado que os meus ombros não o pudessem suportar.
Pausa na escrita para ler a primeira mensagem de parabéns. É da Marta. Nunca falha. Cá está... as pessoas dizem “Parabéns”. Interpreto como um parabéns por teres nascido ou parabéns por teres resistido até aqui, de qualquer maneira o primeiro não faz sentido nenhum e o segundo é bastante mórbido para um dia de comemorações como o nosso aniversário. Seja como for a Marta não usou os parabéns, desejou “que esta data se repita por muitos e muitos anos”. Amen! Quer dizer, pensando bem, as Torres Gémeas já caíram faz cinco anos e o 11 de Setembro continua a repetir-se, o que significa que mesmo depois de eu morrer este dia continua a repetir-se. ‘Tá mal. Não devia ser. 13 de Setembro grita o meu nome a plenos pulmões. É o meu dia e ‘tá dito! Pausa para ponderar este pensamento deveras egoísta. Hum... desculpo-me porque faço anos.
Pois é, quando fazemos anos parece que podemos fazer tudo mas não há tempo para nada. Planeamos isto e aquilo e como todos os planos ou saem furados ou rebentam-nos na cara. Não é bonito. Quase sempre, vá. É estranho que o meu aniversário remeta tanto para a morte quando, na realidade, celebra o nascimento. Deve ser dos 21. Aparvalhamos à medida que crescemos e não o contrário como toda a gente pensa. É um processo contínuo e crescente.
Não me sinto mais adulta, muito menos mais responsável. Sinto que o tempo me foge por entre os dedos e eu ainda não fiz nada daquela lista de coisas a fazer antes de morrer. Eheheh, afinal é giro ter 21, fiquei mais dramática. É isso, sinto-me mais dramática. Devia escrever o meu testamento, suponho que seja mais fácil quando nos sentimos teatrais. Já tentei mas não consegui. Tenho tralha a mais e dá uma trabalheira desgraçada enumerar todos os meus bens, quanto mais pensar em quem é que quererá aquilo depois de eu morrer. E se quando eu morrer já for tão velha que já não tenha nada do que tenho hoje, tenha, no entanto, outras coisas? Tive um puto dum trabalhão para nada. É com este seguimento de pensamentos que dou por mim exausta pousando a caneta e o papel. Vou lá para fora espairecer e volto como nova sabendo que será pouco provável fazer um testamento de coisas que pouco ou nada valem se não para mim.
Agora penso nos obituários. Falava de testamentos a coisa deve ter surgido daí. Nós não temos disso. Acho mal, devíamos ter. Os Americanos têm. Pensando melhor, se calhar não devíamos ter. Mas que é bonito é. Também já tentei escrever o meu próprio obituário, mas não consigo. É daquelas coisas que os outros fazem melhor... Fulano de Tal nasceu na data X. Tinha uma alma de num-sei-quantos, fez num-sei-o-quê da sua vida... Depois é suposto seguirem-se uma data de elogios ou de críticas negativas ou os dois e ficamos todos a saber quem foi Fulano de Tal. Parece-me uma ideia importante e bonita esta coisa dos obituários que nós não temos.
‘Tou a ficar podre de sono e já não me apetece falar mais em obituários. Mais uma vez não me parece que vá conseguir escrever o meu. Até porque não me sinto lá muito boa pessoa este ano. Acho que já fui melhor. Ser-se boa pessoa dá trabalho, requer esforço e dedicação. Vou dormir para amanha viver o primeiro dia do resto da minha vida com força, energia e vontade de ser uma pessoa melhor. Só por ter tido este pensamento já me sinto alguém ligeiramente melhor que a de há dois segundos atrás.
Sendo assim...
Boa Noite e Boa Sorte

Saturday, September 02, 2006

His Dark Materials






Um OLÁ bem grande a todos vocês que já tinham saudades de relatos e confidências com sabor a sonhos e bolinhos!
Esta passagem, rápida ou não (ainda não sei), destina-se a deixar neste blog um bocadinho de cultura, só um bocadinho que não gosto de exageros.
Ontem à noite acabei de ler uma trilogia que o meu queridíssimo irmão desencantou não sei bem onde, provavelmente no mundo da Fnac, que A Autoridade a abençoe! A trilogia tem o nome de His Dark Materials, traduzida para Mundos Paralelos em Portugal. Para quem gosta de ficção científica com pés e cabeça e muito mais pelo meio estes três livros vão ser difíceis de pousar uma vez começada a leitura. Um misto de fantasia e ciência, de morte e vida são os ingredientes desta saga onde o autor, Philip Pullman, vai beber conceitos e ideias a J.R.R.Tolkien, Nietzsche, J.K.Rowling entre muitos outros de uma forma genial. Os Reinos do Norte, A Torre dos Anjos e O Telescópio de Âmbar levam o leitor para uma porrada de mundos de uma forma tão subtil que nem damos por ela. Para todas as idades, o Sr. Pullman conseguiu aqui uma aventura de cortar a respiração, enternecer corações e marcar almas.

Tendo já sido adaptada para peças de teatro, esta obra está neste momento a ganhar vida para as salas de cinema. O realizador é o mesmo dos Americans Pies 1 e 2, não sei se há mais, espero bem que não, mas eu tenho fé e acredito que Chris Weitz vai fazer um bom trabalho! Na realidade acho que não mas há que ser positivo... Sr Jackson, Peter, tu que vens aqui tão religiosamente ler o meu blog, meu querido amigo, ainda não é tarde para seres tu a realizar estes filmes...
Em resumo, o que vos quero deixar é a minha opinião, não fiquem à espera do filme tipo tonos, burros e preguiçosos. Ide arranjar um exemplar desta trilogia! Mas não comprem um de cada vez porque quando acabarem o primeiro não vão conseguir esperar para ler o segundo.

Deixo-vos então na companhia de Will e Lyra, que já me deram tantas emoções...

Friday, July 07, 2006

Olha mais uma dos STCP



Está provado que eu não posso andar de autocarro sem que aconteça uma peixeirada qualquer! A sério que não faço de propósito, mas parece que os escolho a dedo.
Ora este mês a minha mãe adoptou um novo sistema para me tirar de casa. Ofereceu-me um passe para quatro zonas do Porto. Assim agora não posso sequer refastelar-me no sofá que lá vem aquela voz dos confins: “Então? Tens de dar uso ao teu passe! Vai dar uma volta no metro até ali e acolá, se não para que te dei isso?” Não que eu já não a tivesse topado mal ela sugeriu a ideia, mas é facto conhecido que contra mães não há argumentos.
E lá fomos, praí há dois dias atrás, dar uma caminhada na foz, que o mar acalma as ideias. Até aqui tudo correu sobre rodas, mas na praia tass bem e o tempo foi andando. Já passava das 17h quando decidimos apanhar o 500 até S.Bento.
Eu: Xiii! Vem à pinha!
Não vinha, mas eu gosto sempre de dar um tom fatalista às situações. Arranjámos dois lugares de costas separados, ao que eu saquei do meu livro e há que cultivar a mente mesmo em andamento. Pouco antes de Massarelos, começou o teatro para o qual nem paguei a entrada:

Voz de mulher, sotaque-Ribeira: Sua ordinária! Sua vaca!
Voz de outra mulher, sotaque- Terra do Cagufe: Mas tenha lá calma que eu só…
Mulher Ribeira: És uma ordinária! Não te atrevas a olhar pós miúdos!

A troca de ideias continuava e como todos os outros passageiros eu achei por bem inteirar-me da situação. Olhei para trás e à beira do condutor (que já se sabe é onde se passa tudo) vi uma mulher nova de cabelo escuro com madeixas loiras preso num rabo-de-cavalo. Barafustava com alguém sentado no banco. Dois putos choravam como se não houvesse amanhã e a tripulação do 500 olhava para cena sem perceber muito bem qual era o stress. Não sei bem quanto tempo gastaram a trocar insultos, todos de nível altíssimo e grande qualidade, subentenda-se, mas não deve ter chegado a um minuto sequer. Como é típico, a coisa partiu para a porrada. Mas porrada da boa! Upa upa! Cabelos desgrenhados, arranhões, estaladões, outras coisas acabadas em ões e não sei se algumas dentadas. Luta de mulheres mesmo, da tradicional, que estávamos na zona histórica do Porto, agora quase a chegar a Mira-Gaia.
Aqui guardei o livro, não fosse ter de me defender também, enquanto as pessoas começaram a gritar: “Oh Sr. Motorista! Pare o autocarro! PARE O AUTOCARRO!” A coisa estava mesmo feia lá atrás, aliás, mesmo nas costas dele, mas o autocarro prosseguiu a marcha sem grandes mudanças de velocidade. Calculei que para o condutor, que faz aquele percurso, quiçá todos os dias, aquilo não eram apenas os ossos do ofício mas também o pão-nosso de cada dia. Não parou, não se importou, nem quis saber! Aqui, os passageiros revoltaram-se: “Ele tem de parar, mas que incompetente! Nestes casos ele tem de parar!” Fiquei mais sossegada, ao menos há sempre alguém que sabe o código deontológico dos condutores de transportes colectivos. Até que perceberam que o problema estava mesmo nas três mulheres à pancada (sim, que pelos vistos a Dona Maria Da Ribeira, tinha uma amiga que também vê a Buffy). E estiveram nisto até que alguém com tomates as separou. Que fique bem claro que eu nunca seria capaz de me meter entre elas! Sou muito mariquinhas para isso. Mas a Dona Antonieta Do Desculpe Lá teve de procurar abrigo na parte de trás do veículo, ora, onde eu estava, obviamente! Temi pela minha vida. Imaginei logo que a Dona Maria Da Ribeira ia galgar toda a gente para continuar o que ainda não parecia acabado, já que a Dona Antonieta Do Desculpe Lá só tinha o lábio aberto, um penteado radical, múltiplos arranhões nos antebraços e uns quantos pontos vermelhos que suponho que hoje estão bem negros. Mas não. A coisa desenvolveu-se em insultos sofisticados. Aprendi uns poucos palavrões jeitosos… Entretanto as crianças pararam de chorar e eu tentei formular uma hipótese que explicasse aquele descalabro. Parti do princípio que uma delas se queria sentar e estava uma criança a ocupar um lugar. (Que agora o autocarro já estava, efectivamente, à pinha) Daí comentários indirectos para que o pequerrucho cedesse o lugar aos mais velhos. Quem costuma andar de autocarro sabe que isto é mais que frequente. Depois calculei que a mãe da criancinha não tivesse achado piada à coisa. Mas… não foi nada disto que aconteceu. A Dona Antonieta Do Desculpe Lá estava agora a explicar a situação com lágrimas nos olhos e os nervos num frenesim de dia de S.João:

Dona Antonieta Do Desculpe Lá: Mas olhem quisto… Eu vou fazer queixa na polícia! Eu só pedi para os miúdos berrarem baixo… E a gaja passou-se! Mas olhem para isto… eu ‘tou a sangrar?
Dona Alzira do Ai Ao Que A Gente Está Sujeito: Está! Um bocadinho. Tem o lábio aberto. E olhe ‘tá arranhada…aqui.
Dona Antonieta Do Desculpe Lá: Pois! Olhem para isto! E eu só pedi para os miúdos berrarem baixo… e num segundo já tinha a gaja a bater-me! E depois já eram duas! – Pega no telemóvel – Eu vou ligar à polícia!Dona Alzira do Ai Ao Que A Gente Está Sujeito: Ligue, Ligue! Não saia do autocarro antes deles chegarem.
Dona Gertrudes Do Vídeo: E diga-lhe (a apontar para a câmara ao lado do retrovisor) que ‘ta tudo filmado!
Dona Alzira do Ai Ao Que A Gente Está Sujeito: Não limpe nada! Não limpe o sangue que isso depois são provas.
A Dona Antonieta Do Desculpe Lá finalmente entrou em contacto com a polícia e começou a explicar que estava sentada na sua paz a bordo do 500 enquanto as crianças atrás dela faziam um basqueiro tremendo. Aí ela pediu que elas berrassem mais baixo e apanhou uma valente sova da mãe dos putos que a continuava a ameaçar com uma esperinha mal saísse na sua paragem. Estava explicada a situação. E como se ela não fosse ridícula o suficiente aqui vem a piece de resistence da história.
É ponto assente que TODA a gente tem uma opinião sobre tudo. Agora o espantoso é que até nesta situação as opiniões se dividiram. Algures uma passageira praguejava que é impressionante aquilo a que estamos sujeitos, mesmo quando temos razão embora outra defendesse que se devia chamar a polícia e que o autocarro não devia arrancar enquanto esta não chegasse. Ao meu lado duas senhoras debatiam alegremente o sucedido:

D. Montanha: Ela só estava a proteger o que é dela. Também se mandassem calar os meus filhos onde é que ela já estava. Já tinha voado pela janela!
D. Até os Professores Apanham: E alguém consegue controlar as crianças? As crianças foram feitas para isso mesmo! Para se expandirem, brincarem e falarem alto.
D. Montanha: E para já quem berra são as cabras da montanha. As crianças não berram.
D. Até os Professores Apanham: Se nem os professores as controlam! Elas até nos professores batem!
D. Montanha: Fosse com os meus filhos…

Eu sorri. Um sorriso amarelo de quem não se quer meter mas deve ser isso, deve. O mundo está perdido era o que ocupava o meu cérebro naquela altura, mas se não os podes vencer, junta-te a eles.
Abri novamente o meu livrinho e ignorei os comentários das senhoras ao meu lado sobre as riquezas que eram os netos delas; os comentários de que estava tudo filmado e que o que é preciso é denunciarem estes casos; a senhora que limpava as lágrimas e acalmava os nervos; e os risos da jovem mãe que com sotaque Ribeirense (não façam confusão com as piadas Ribeirinhas) dizia ao filho que iam lanchar na esquadra enquanto intercalava com um “se quiseres vou contigo à esquadra, minha ordinária! E ainda comes por cima!”.
Como era previsível, a carreira chegou ao fim (Aliados) e polícia nem vê-la. Eu compreendo, agora para além da Maria, têm o Destak, o Metro, e ainda por cima tinha saído a Dica. È muito para ler de uma só vez! Não sei se a senhora apanhou porrada da boa ou não mas que lhe fizeram uma esperinha fizeram.
Agora… quanto a vocês não sei… mas a minha parte favorita é a das cabras da montanha!

Telefonemas castiços 2


Cá está! Mais uma pequena contribuição para a saga dos telefonemas no mínimo curiosos. Esta conversa foi muito curta mas bastante produtiva como irão reparar. Antes de prosseguir a leitura deste post devo alertá-la, cara criatura que sem nada de mais interessante para fazer veio aqui parar, que o que se segue é impróprio para pessoas anti-palavrões. Tenho dito.
Portanto, ligaram para o meu telemóvel, de um número que não estava na memória, eu atendi e a história reza assim:

Eu: ‘Toue?
Sr. do outro lado: Fodasse, oh Rita, que caralho!
Eu em nova tentativa, já que acordara só há coisa de 2 horas: Estou?
Sr. do outro lado: Estou, Rita! Pois estou! Estou fodido contigo, é o que eu estou! Então onde é que ‘tá o filho da puta do livro que tu disseste que me vendias? Hã? Hã? Tenho mais que fazer à puta da minha vida! Ou pensas que quê?
Eu em estado catatónico: uh…
Sr. do outro lado: Ai a merda… E não me venhas com desculpas que eu juro que te vou às trombas, Rita!
Eu, finalmente acordando pa vida: Desculpe lá mas eu não sou a Rita, não há aqui nenhuma Rita, nem tenho bem a certeza de que conheço alguma Rita. Parece-me a mim que marcou o número errado.
Sr. do outro lado (depois de uns segundos de silêncio): Aton num é do *********?
Eu aliviada: Não.
Sr. do outro lado: Realmente não tem a voz da Rita…
Eu, ainda mais aliviada: Pois, calculei que não.
Sr. do outro lado: Mas tem uma voz sexy…
Eu desliguei.


Castiçolas… Têm cá uma piada!

Que sentimento estúpido...


… é a saudade. Sentir a falta de coisas ou de alguém que não estão nem vão estar. Vontade louca e desmedida de chegar ao inatingível, de guardar aquela estrela que insiste em olhar por nós.
Dizia a outra, naquele programa da televisão: ”Ui! Dói de bom!” e digo eu num tom muito menos achungalhado, que de bom não tem nada, dói de doer mesmo. É um aperto no coração, uma falta de ar, um quase quase a perguntar “quem apagou as luzes?”, uma sensação que calculo semelhante ao início de uma angina de peito.
E sentir a falta de alguém sentado mesmo ao nosso lado? Sentir falta de um toque que nunca existiu sequer? E a falta de um abraço que há muito sabemos que só aquela pessoa nos poderá dar? É a parte sem tratamento da patologia do amar. Já vos aconteceu sentirem falta de tanta coisa que não conseguem arranjar espaço para sentir o presente? E sentirem tantas saudades de alguém que mesmo no meio de uma multidão, na realidade estão completamente sós?
Esta noite sinto-me assim. Tenho saudades tuas. Não sei se é porque não ligas, se é porque quero desesperadamente ligar-te embora quisesse nunca mais querer ligar-te. Confuso? Também eu! Habitua-te… ou pelo menos espero que te queiras habituar. Porque sentir saudades é isto. É estúpido, é sentirmo-nos tolos, é fazermos e dizermos coisas parvas, ou escrevê-las, como no meu caso. Onde andas? Que é que estás a fazer? E pensar que não queria pensar… muito menos em ti. Mas é só porque esta noite… tenho saudades tuas.

Eu tenho saudades do tempo em que não sabia que o que sentia eram, na realidade, saudades.

Monday, July 03, 2006

Morram as Melgas, Morram, Pim!



Há noites que dá uma, há noites que dá duas, há noites que dá três, horas da madrugada e eu sem conseguir dormir por causa da porra das melgas!
As melgas cheiram mal da boca.
É facto conhecido que eu tenho pavor de abelhas, não gosto daquele insecto, pronto! Mas gosto de mel, logo, como as abelhas são responsáveis pelo mel, eu entendo a razão da sua existência. As aranhas, outro exemplo, já não me fazem tanta impressão, contudo também não é bicho eu goste de ter por casa. No entanto, para além de apanharem moscas e trazer dinheiro (segundo dizem), a rapidez com que fazem as teias, entre outras coisas, é fascinante.
Agora as melgas... Para que é que serve as melgas? Para nada, digo-vos já! Se lhes encontrarem uma utilidade por favor partilhem essa informação.
‘Tá um gajo a dormir sossegado da vida e chega aquela hora crítica entre as 2h e as 5h a.m., quando começa a ouvir um zum zum infernal rente ao sistema auditivo ou mata-se de coçar com um prurido que não se suporta...e acorda! Cá está! Melga no quarto – presente! É pior que um pesadelo sobre a Segunda Guerra Mundial.. Lá acendemos a luz e gastamos horas preciosas de descanso à procura do maldito bicharoco. Não há condições... até porque chega uma altura em que a coisa se torna pessoal e temos mesmo que lhe causar uma morte o mais dolorosa possível. E aqui vem uma situação curiosa... É frequente termos duas melgas no quarto. Porque é que a primeira que apanhamos é sempre aquela que não tem sangue, ou seja, não nos ferrou?
Se elas nos acordassem a horas decentes, tipo a partir das 6h da manhã em que eu já consigo funcionar, até me levantava e ia fazer alguma coisa de útil à Humanidade. Agora antes disso é escusado...
Se as melgas são portuguesas eu quero ser espanhola!
Morram as melgas, morram, pim!

Tuesday, May 30, 2006

Começámos no Da Vinci e acabámos no da Estrada


Acabei ontem de ler “O Código Da Vinci”. Finalmente! Qual obra-prima, qual carapuça... Já leram o “Anjos e Demónios”? Então leiam esse e fiquem por aí. Não me admira que a igreja esteja ofendida. Mas quer-se dizer... Amigos: é uma obra de ficção. Até acredito que o Sr. Leonardo acreditasse piamente na cena e que tenha pintado a não prostituta, mas sim sangue azul Maria Madalena em vez do João Baptista, ao lado de Jesus mas depois chamar-lhe “A Última Ceia” a modos que é bastante estúpido. Enfim...eram outros tempos.
Agora que toda a bíblia é uma metáfora isso já eu sabia. Aprendi-o na catequese quando perguntei:
- “Oh Claudino, mas como é que dos tempos do Paraíso chegaram até nós? Ora vamos lá ver: Deus criou o Adão, duma costela dele fez a Eva, O Adão e a Eva fizeram-no e tiveram o Abel e o Caím. E depois como é que procriaram até aos nossos antepassados? Eu ‘tou a ver uma data de hipóteses, mas nenhuma delas é muito católica...”
Claudino muito corado:
- “É tudo uma metáfora, Tatiana. Tudo uma metáfora.”
- “‘Tá bem.” – Não captei muito bem que meu cérebro é pequenino. Mas achei por bem não pôr mais em causa a fundação da igreja.

No entanto, devo confessar que sempre me pareceu bastante rebuscado que Deus criasse o homem primeiro. Se bem que entendi a coisa como fazer algo à sua imagem, um esboço, vá. Depois criou a mulher, mais aperfeiçoada e com uma pormenor que se havia esquecido ao criar Adão: o poder de gerar vida, isso sim é um milagre e não me venham cá com biologias, que isso só Deus poderia inventar. A criatura, entidade, se preferirem, mais criativa à face da existência.
Isto não é ser feminista. É realismo e análise de factos, ou de metáforas.
Noutro dia numa aula de condução, numa das nossas inúmeras “trocas de ideias”, o meu instrutor provocou-me:
- “... Ah e tal... a mania das igualdades, queria vê-la a fazer tudo o que os homens fazem!
Ao que eu respondi:
- “Olhe professor, eu só queria vê-lo a ter um filho e depois morria feliz”
- “Já está verde, ande lá, meta a primeira masé!”

Sr. Dan Brown, o Sr realmente escreve mais ou menos, nada de especial. Tem uma criatividade de se lhe tirar o chapéu. Faz twists no final dos livros como ninguém. E realmente é duma inteligência acima da média para se meter com a igreja, que já se sabe não tem muitos miolos é mais à base de tijolo. Daí que tenha feito grande alarido o que leva o mundo inteiro a querer ler o tão polémico “The Da Vinci Code”. Pois já se sabe que o que povo gosta é duma boa polémica. Bom exemplo disso, é o filme “A Paixão de Cristo”, que metade do povo foi ver devido ao barulho nos meios de comunicação. Com a diferença de que este é mesmo bom. Ora o seu livro não é mau, de todo, mas um best-seller?

Amigos se querem leitura de qualidade sigam o conselho do meu sábio instrutor:
“Quer ler códigos, leia o Código de Estrada! Você e mais os seus irmão gémeos que andam por aí. Há praí uma porrada de marmanjos que conduzem como você! E depois dizem que o país não vai para a frente...”

Se ele o diz... mestre, quem sou eu!

Coisas a fazer antes de morrer

o Andar a cavalo. Tocar num sem ter um ataque de pânico já seria uma vitória.
o Acabar de escrever o romance.
o Tirar um puto dum curso superior, mesmo que depois não sirva para nada.
o Ir a Praga, ou a Itália, ou à Nova Zelândia.
o Conhecer o Bruno Nogueira e o Ricardo Araújo Pereira.
o Ver uma orca ao vivo e a cores, ou a preto e branco.
o Ter um filho do Elijah Wood.


Sim... eu vou viver para sempre

Dogmas 1

Não sei quem disse nem tão pouco me interessa, mas o autor da frase “O dinheiro não traz felicidade” estava sem dúvida alguma coberto de razão.

O dinheiro não traz felicidade, pois não, traz MUITA felicidade!

Canalha

Ai os putos, os putos... Os putos são fascinantes.
Umas pestes abestalhadas... mas sem dúvida fascinantes...

Uma Experiência inesquecível!

Acordei ontem em Moledo e momentos depois... Meu Deus! A pressão, a força, o quente, o frio, os dois conjugados num só...
C’o a breca! Aquele chuveiro é mesmo bom!

Calinadas saudáveis... ou não

Esta calinada é da minha autoria, nasceu em Lisboa e foi bastante espontânea no final de uma dia cansativo. Mas que é boa é!

“Se há coisa que eu gosto mais do que animais é de cães.”

Cria uma nova prespectiva...

Ele há gente do arco da velha!

No outro dia passei por um adolescente que tinha uma colar absolutamente desconcertante. Um fio preto bem rente ao pescoço, tinha no meio não uma cruz, ou um símbolo pateta qualquer, nem sequer um coração partido mas sim uma lâmina de barbear. Daquelas do tempo do meu avô, daquelas que cortam e bem, que enferrujam e tal...

Será que ninguém lhe disse que ele pode morrer com aquilo? Se calhar é esse o objectivo...se for esse o caso aconselho vivamente dormires com isso, amigo. È no mínimo uma maneira original de chegar ao outro mundo, e uma aventura constante. Quando será que isto me vai cortar todo? Apanhará o músculo, só pele, talvez uma veia ou quem sabe uma artéria?

Uma lâmina de barbear ao pescoço... Ele há gente do arco da velha!

Coisas de Miúdas

Se há facto conhecido mundialmente é que detesto fazer compras, ver montras, ir ás compras e derivados disso. Nunca compro roupa, raramente, vá! Se a minha mãe não fosse quem é (obrigado mãezinha), não sei como saía à rua. Mas também sou do sexo feminino e os genes não perdoam. Também eu tinha uma peça de roupa favorita.
A minha camisa cor-de-rosa lindíssima, tinha quase um ano, quando um dia não diferente dos outros, foi novamente á maquina e tingiu de uma cor nada sexy, nada limpa, para ser mais exacta.
Agora a minha camisa está numa das minhas muitas caixas de lembranças, dobrada e ... tingida “que o pronto-a-vestir a tenha”! Nunca mais a usarei...
Obrigado camisa pelos bons momentos e simpáticos elogios que me proporcionaste.
Serás sempre especial.

Wednesday, April 19, 2006

Cenas da vida privada


Não há pessoa mais caricata neste mundo do que o meu pai. Tenho dito.
Como a toda a gente, também a ele acontecem acidentes. Coisas domésticas, irritantes e demasiado frequentes para qualquer mortal. Como sujar uma gravata ou uma camisa enquanto cozinhamos ou comemos, perder chaves, entornar uma bebida refrescante num documento que por acaso até era de extrema importância, estragar algo que era suposto consertar...este género de coisas.
Mas quando isto acontece ao meu pai... bem... a modos que é coisa do Demo! E acabou-se o sossego.
Filas de trânsito? A culpa é dele. Lojas fechadas que supostamente deveriam estar abertas? A culpa é dele. Não existor lugar para estacionar? A culpa é dele... E por aí fora. De modo que não só tudo lhe acontece, como também acontece o mais grave.

Ontem, estavamos nós a jantar e a camisa dele... sujou-se.

Eu no tom mais irónico possível: Oh pá! E logo essa que era a tua melhor camisa!
O meu pai no tom mais sério e completamente convencido daquilo que estava a dizer, que possam imaginar: Pois era! Tens razão.

Sinceramente...

Eu dizia-vos onde enfiar esse cigarro...



Porra, que hoje devo ter fumado, no mínimo, 10 cigarros!
Quando é que o governo vai aprovar a lei que proíbe fumar em todo e qualquer sítio fechado? Pensando melhor, era bonito uma lei que proibisse fumar em todo e qualquer sítio, ponto! É o meu O2 que esta gente está a queimar! Se eu tiver cancro pulmonar ou uma qualquer doença coronária no futuro não me espanto. Ainda diz a minha mãe que tenho de sair de casa para apanhar sol! Apanho é fumo nas ventas! E nem sequer sou fumadora! Se calhar a solução é mesmo começar a fumar, ao menos, quando me for diagnosticada a minha (hipotética) neoplasia, poderei dizer que a mereci... já é algum consolo. Não há nada mais triste do que morrer depois de levar uma vida saudável desprovida de vícios...
Até há uns tempos ainda incitava o hábito tabagístico, afinal era à custa das vossas doenças que pretendia arranjar emprego. Agora já não me sois úteis, por isso, estou-me nas tintas para todos vós!
Porra! É que juro que hoje devo ter fumado, pelo menos, 10 cigarros passivamente!


A todos os fumadores, meus amigos ou não: ARRANGEM OUTRO TIQUE! Sei lá... pastilhas elásticas... podeis acabar com uma úlcera mas tendes sempre o Omeprazol e eu já não tenho nada a ver com isso...



*E não, não vou mudar de lugar ou estabelecimento, prefiro queixar-me. Ah, e “Quem 'tiver mal que se mude” é uma merda duma expressão que eu deixei de usar na 4a classe, e já foi tarde...

Tuesday, April 18, 2006

=== Qualquer Coisa ===


Este post é para todos aqueles que não têm tempo para visitar "outros segredos", para todos aqueles que não sabem que vale a pena visitar "outros segredos" e ainda para todos aqueles que nem sequer sabem o que são os "outros segredos".
Principalmente este post é para mim, porque gostei mesmo do que li!

"Tão perto... e cada vez mais longe...

Porque será que sinto a doce neblina dos teus olhos a sufocar-me?
Determinação rochosa desta qualquer coisa que sinto por ti...
Que quanto mais afasto, mais consome
e sobrepõe-se
e afoga-me em fascínio...


E as palavras chovem na minha mente, tecendo a sua teia
Feita de seda e de qualquer coisa que não sou

Para quem vão estes desejos sem sentido, sem dono e sem razão?
E porquê a muralha de neve? Sabe tão bem...
Respiro e definho... Há qualquer coisa que eu não tenho...

Sozinha neste escuro líquido
Confusa com qualquer coisa que faça...

Não sei o que és... "


J.G.
Aquele abraço...

Monday, April 17, 2006

Mas quem é que escreve isto?



Sei bem que Abril já vai a meio mas nunca é tarde para reparar nestas coisas. Para todos os que não sabem, existe uma revista que no interior contém outra revista que é nada mais nada menos que um guia Funtastic Life da Tv Cabo. Ou seja, tem a programação de todos os canais da cabo (suponho eu que sejam todos, não estive a contá-los) durante o mês. O nome da revista “de fora” confesso que não sei. Já é uma coisa comprovada cientificamente – cá em casa perde-se quase tudo, ao que essa revista não foi excepção. A de dentro tem o nome óbvio e nada original de Funtastic Guia Tv Cabo. Isto foi só para vos contextualizar, dado que a minha questão é baste simples:
Mas quem é que escreve as notas de cabeçalho da dita cuja???
A modos que no cabeçalho de todas as duas páginas tem uma frase que faz publicidade (se bem que algumas não podem propriamente ser chamadas de publicidade) a uma série/programa de um dos canais, dizendo qual é a série/programa, o horário em que passa e indicando o respectivo canal. A parte gira da coisa é que a criatura que as escreve lá entendeu que tinha de pôr um pouco de si em cada comentário. Não há forma do vos explicar, é coisa que tendes de ler mesmo...
Cá estão algumas frases da edição de Abril:

Vénus e Apólo - Para quem não aguenta com o que está a dar a esta hora no canal Íntimo. (FoxLife – 23h50 Sab.1)

Top of the Pops – O avô dos programas de música ingleses. Já tem colesterol elevado. (BBC Prime)

James Brown Last Dance – O bisavô da soul music, que gosta de treinar boxe em mulheres. (VH1)

Sopranos – Tony é o maior e era o único capaz de pôr Portugal na ordem. (Hollywood)

Surf Sirens – Quando os homens aspiram a ser o bikini delas. (Extreme Sports Channel)

Liga dos Últimos – Não mostrem as reportagens destes bimbonautas à Comissão Europeia. (RTP N)

Mar Portuguez – Programa que faz mais serviço público do que todas as emissões da RTP. (SIC Notícias)

Vídeo PT – O momento da peregrinação a Meca, versão desportos radicais, made in Portugal. (Extreme Sports Channel)

The L Word – Mulheres a mostrar amor umas pelas outras. E são escaldantes. (FOXLife)

60 minutos – Quando chegar a monarquia, D. Duarte abdica para Mário Crespo. (SIC Notícias)

Prazer do Diabos – E se Bin Laden usasse este programa para treinar armas nucleares? (SIC Comédia)

Angel – Não podiam ir para a cama, se não transformavam- se num vampiro mau. (FOX)

Segundos Fatais – SE só demorou dez segundos e já acabou, ela reclama. Com razão. (National Gegraphic)

The O.C. – O Beverly Hills 90210 do Século 21, mas em que elas estão mais apetitosas. (FOX)

A Vila – O melhor filme do autor de Sexto Sentido que tem um nome impronunciável (Lusomundo Premium)

O Diário da Nossa Paixão – Elas preparam os Kleenex e eles fogem para um clube de strip. (Lusomundo Premium)

Mundo Desportivo – Recorde o Boavista-Benfica de há 20 anos. da ONU (SIC Mulher)

Ally McBeal – Ela é anorética, não tem graça nenhuma, mas há quem adore. (FOXLife)

A Vingadora – Ela é escaldante. Sobretudo quando está vestida de cabedal ou de baby sitter (AXN)

Digimon – Um copy paste dos Pokemon, mas sem o Pikachu (Canal Panda)

Trabalhos Perigosos – Por exemplo: dentista de orcas ou controlador da pureza de cocaína. (National Gegraphic)

Lingerie – Melhor do que isto, só se fosse sem lingerie e estivessem em minha casa. (Fashiontv)

O Santo – Roger Moore antes de ser 007. Depois comprou um quinta em Sintra (RTP Memória)

Bonanza – Momento dedicado a todos os que nasceram no século 3 antes de Cristo. (RTP Memória)

CSI Miami – A série que todos vêem e adoram. Com mortos e mulheres. Sem roupa. (AXN)

Powerpuff Girls – Se as Spice Girls voassem e tivessem poderes seriam assim. (Cartoon Network)

Dirty Sanchez – Quem tiver filhos como esta gente, corte-lhes os órgãos e venda-os à máfia. (MTV)”




Pensei em fazer comentários a cada uma das frases, tanto que gosto muito de algumas series e coisas que tal que esta criatura com certeza nunca viu. Tal como o Angel, que pode ir para cama à vontade, fazer sexo é que é pior. E isso era na Buffy, no Angel a história é diferente. Ele é pai! E ‘tá bom! Oh se está! (mas isso são outros assuntos).
Isto para dizer que comentários para quê? Estas frases comentam-se a si mesmas...

Agora tenho a certeza que o público não vai mesmo perder estas séries! Estes filmes vão ter mais audiências que eu sei lá! E o povo vai especar no sofá à espera da hora daquele programa. Isto sim, é publicidade da melhor, não haja dúvidas.

Fogo... ele há gajos com um talento!!!...

*Gostaria de informar que nenhuma das frases foi adulterada por mim. É mesmo assim.

Thursday, April 13, 2006

Fartinha de todo!

Gosto muito de muita coisa, já se sabe. Detesto em quantidades industriais muitas outras. De vez em quando e de quando em vez (cá está outra expressão bastante parva de que gosto muito) farto-me de certas coisas devido a determinadas situações.
Não vou explicar ao que alguns vão perceber, mas fiquem com quatro coisas de que não posso sequer ouvir falar nos próximo... sei lá... assim na loucura... 15 anos anos!!
  1. Velas/Cera
  2. Escuteiros
  3. Putos de bonezinhos coloridos de mãos dadas em passeios emocionantes
  4. Escadas/escadarias/escadinhas

Tenho dito.

Sunday, April 09, 2006

Já só faltava esta


Como já sei que estáveis a estranhar a falta de palavrões aqui pelo meio faço-vos a vontade... mas só um bocadinho que isto é um blog de família!
Como é obvio esta dica é dedicada a uma “dama” ex-especial.

“Abraços e beijinhos;
palavras meigas e carinhos;
fizeste tanto que deixaste-me apaixonado;
agora sinto-me revoltado;
porque detesto pessoas falsas;
como tu que roubas calças;
e corações;
mas o feitiço vira-se contra o feiticeiro mesmo dentro dos caldeirões;
...
pensavas que me conseguias calar;
agora estou de volta mais forte do que um tanque a disparar;
cheio de raiva contra ti que brincaste;
e gozaste;
Nem apareças à minha frente;
Não tens categoria de gente;
Nem de animal irracional
Desculpa mas estavas melhor a arder no inferno
Ou então no castigo interno
A pagar pelas tuas atitudes;
nem digas a ninguém que tens virtudes;
não mintas e pecado;
e o BOSS lá de cima preocupado;
com o resto do mundo;
não com uma merda como tu que está enterrada lá no fundo;”
MC Delta

Mais um bocadinho

Mais uma vez... Dou-vos MC Delta

*Dica dedicada a uma “dama” especial. (dele obviamente)

"Começamos a falar;
Prometi-te uma dica e cá estou a improvisar;
..
Numa certa noite puxei conversa contigo enquanto imaginava uma canção;
Falámos tanto que provocaste em mim uma fonte de inspiração;
Agora debito-a para o papel ;
Como a abelha procura desesperadamente o mel;
Tudo o que ficar aqui escrito;
Não tem nada de esquisito;
É a pura expressão verbal
Proveniente do ego espiritual;
Deixa-me conhecer-te por dentro;
E vem comigo até ao centro;
Vamos passear;
Vamos falar;
Pois até hoje nunca vi uma dama com o perfil como o teu;
Nunca pensei que fosse tão parecido com o meu;
Tasse bem até fiquei agradado;
Nunca pensei que uma dama tão gira como tu curtisse um sócio desenterrado;
Mas nem tudo é negativo;
Mika bem porque eu até sou um sócio muito positivo;
Sou sincero;
Espero;
Que assim também o sejas;
...
Dá valor ao valor e o valor se aumenta;
Sê original e faz cenas que ninguém tenta;
Continua como estás psicologicamente;
És altamente;
És correcta;
És esperta;
Por isso é que estou a conseguir improvisar;
Mas também não vamos stressar;
Vamos antes sair;
Curtir e divertir;
Deitar-nos na cama e relaxar;
Fechar os olhos e descansar;
Para quando acordar;
Pegar no caderno e começar a improvisar;
Depois de ter vivido um sonho há que o registar;
... Depois desta noite vou pensar;
Se vou ou não arriscar;
...
Ao ver a tua cara;
O meu mundo pára;
Fico parado a apreciar;
...aquilo que é bom é para comentar;
A maneira dos teus olhos a olharem;
O que e preciso fazer para eles me desejarem;
...
som dedicado a alguém especial;
alguém que tem um mental;
que eu já procurava há muito;
despeço-me ass: Puto ;”


*Esta dica é um diálogo entre um casal, em que ambos fazem destas coisas...vá!

“Pode-se tentar...mas nada irá mudar...
ok vamos lá improvisar;
há bué que a gente já não tinha nada para falar;
até podíamos ter...mas não nos conseguia-mos ver!!
tens andado um bocado desaparecido...mas de ti não me tinha esquecido...
querer é poder;
nada melhor que experimentar;
para poder falar;
o pior é querer e não ter...mas o que importa é continuar a sobreviver
numa vida em que toda a gente anda sempre em movimento...a melhor conversa rola no nosso pensamento!!
ou então;
quando encontramos algo que acalma o nosso coração;
a mim é o mar;
e a ti professorar de rimar;
não vale a pena tentar;
quando não nos estão a ligar;
pena minha, pena de todos;
será que estão todos a ficar loucos;
isso vai-se complicando aos poucos!!
quando o melhor que há nesta vida é a insanidade...não temos nada que se possa definir como necessidade
o importante é continuar a viver...e as pessoas importantes nunca esquecer!!

Fazes-me muito bem enquanto me aturas, Não gosto quando me tratas com censura,
Adoro a tua doçura, Nunca a irei experimentar,
Não custa nada tentar, Quando é que vais mudar,
Não tens de me suportar, Mas se sou para ti o que me dizes,
De mim tudo recebes, Não tenho expectativas de curtir,
Não te quero afligir, Mas algumas barras custam a engolir,
A ti te adoro terei de admitir, Não penses o contrário,
É o que estou a sentir,
Tu por mim sentes o oposto, Não fui criado a teu gosto, Não é nenhum desgosto,
O que dizes e o que fazes são coisas contraditórias, Não tenho culpa de algumas situações serem impróprias,
Hostil não és, nem nociva, talvez prejudicial, Quando parece que estou perante um processo judicial,
tasse bem...se não tenho gosto curto bué rimar ...fico com a mente mais aliviada, não ando atrofiado, mas gostava de pela minha deusa ser amado.”

Hip Hop no MSN


Há algo de muito curioso no fenómeno do Messenger. Não só porque é um grande entretenimento para quando não temos nada que fazer, como também nos proporciona encontros virtuais inesperadíssimos...
Eu não percebo muito de hip hop... que é que eu estou práqui a dizer? Eu não percebo rigorosamente nada de hip hop! Para dizer a verdade qualquer pessoa que consegue rimar em condições para mim é um espanto, dado que a minha melhor rima rezava assim: “Gosto de Iced Tea / Gosto de ti!”. Como podem confirmar é bastante má.
De qualquer forma isto para vos dizer que um desses encontros inesperados, com criaturas que nunca vimos na vida e provavelmente nunca iremos conhecer, se proporcionou há pouco mais de um ano no belo do MSN. Essa personagem, oriunda de Leiria e que gosta de andar de mota no pinhal (seja lá o que for que isso quer dizer) tem um certo jeito nato para o hip hop. Não somos amigos e nunca nos vimos mas confesso que já passei bons momentos na sua “companhia”, daí que nada melhor para agradecer essas conversas do que fazer uns “posts” de dicas da sua autoria.
Convosco... MC Delta:

“THE BATLE...
O prazer puro
...
Vamos lá improvisar;
Será que tens andamento para te aguentar;
Agarra no mike e podes começar a cuspir;
Estou atrás da mesa de mistura a subir;
O nosso som;
Que é considerado por muitos como um dom;
..
Vou tentar improvisar;
sou novo nisto mas há que aguentar;
Sou lento mas também ‘tou a aprender;
Já mixas ao tempo e eu ‘tou só a aquecer;
Espero não ficar mal, sou novato nisto;
Mas pode ser que contigo possa mudar isto;
...
Entra no underground ;
E espalha o nosso sound;
Queres conhecer o movimento;
Dá-te a esse talento;
Provoca uma situação;
Fabrica o teu som por dedicação;
Não por guito ou fama;
Pois isso para mim morre na campa;
...
se queres ser conhecido pelo teu talento;
faz por isso e dá-lhe com movimento;
não leves a mal;
isto não é nada pessoal;
o people não curte gente que se arma;
que só quer ter o nome por fama;
por isso dá-lhe com fé;
e mostra aí ao people como é que é
...
é mesmo assim, é mesmo assim;
rimar até ao fim;
o people improvisou;
e o parlamente calou;
sem pestanejar, para poder "remar";
Neste barco do hip hop que é sempre a bombar;
...
obrigado pela colaboração;
curti rimar por uma boa sensação;...”

Sunday, April 02, 2006

Andar de autocarro é que está a dar…


Desde que o metro começou a funcionar que a minha vida mudou. Muito mais cómodo, mais rápido, passa com mais frequência, sabemos quantos minutos vai demorar a passar e não apanha trânsito o que só por si chegava! Como me sentia feliz ao ouvir a doce voz da senhora, que não sabe que o plural de bus é buses, a informar-nos: Estimado cliente, o próximo veículo terá como destino o Estádio do Dragão e chegará dentro de breves momentos ao cais… 1! (Gostava tanto do suspense que ela fazia antes do número) Agora mudaram a lengalenga… Não gosto.
Já há uns tempos que venho a notar que os portuenses descobriram o metro, como se do telemóvel se tratasse. O que dantes ficava tipo lata de sardinha quando havia jogos no Dragão, agora fica em conserva em todas as horas. Em contrapartida os autocarros que fazem mais ou menos os mesmos trajectos do metro andam às moscas! E depois claro que fecham certas linhas. Ora não acho bem! Por isso quero aqui apelar-vos: Usem os autocarros! Eles é que são nossos amigos! Já cá andavam antes dessa modernice que é o metro! Agora que apelei ao vosso coração fico com a certeza que viajarei muito mais à larga nessa modernice, que nem se digna a entrar no trânsito do Porto, que bergonha!

Posto isto, quero contar-vos um episódio da minha vida digno de uma novela da TVI.
Precisei de ir ao Candal no outro dia e como o metro não vai por esses lados lá me dirigi à Praça da Galiza para apanhar o 93. Para não variar este estava tão apinhado que mal consegui chegar até ao Destak pendurado numa bolsa atrás do primeiro banco de passageiros. Fiquei aí de pé, mesmo atrás do condutor. Aqui começa a minha história.
A paragem seguinte, é ali à beira do posto de gasolina ao lado da Junta de Massarelos. Como de costume, o ar renova-se e enquanto vários passageiros vão à sua vida, montes deles (muitos mais do que os que saem) juntam-se à tripulação do 93. Nisto, estava eu a deixar passar o people para a retaguarda, quando uma voz se eleva na multidão.
Passageiro: Já lhe mostrei o passe! Não o torno a fazer!
Condutor: Estou-lhe a dizer que não o vi por isso preciso que mo mostre outra vez.
Passageiro: Não lhe bou mostrar coisa nenhuma! Já o mostrei uma bez como toda a gente se não biu não tenho culpa!
Condutor: Mostre-me o passe se faxabor!
Passageiro: ‘Tá desconfiado é? Os outros só mostraram uma vez! Porque é que eu tenho de o mostrar duas?
Condutor: Já lhe disse que não vi! Mostre-me o passe! Não saio daqui enquanto não vir o seu passe.
Passageiro: Era só o que me faltava...
Condutor: Não arranco o carro enquanto não mo mostrar.

Ponto de situação: O motor do autocarro estava desligado. Entretanto levantara-se um burburinho entre os restantes passageiros (e olhem que eram muitos). “Ai que nunca mais saímos daqui!”, “Oh Sr. motorista deixe lá o passe do homem e leve-nos mas é para casa que temos mais que fazer à vida!” “Oh Sr. mostre lá o passe pa gente ir embora”. O condutor começa a deitar fumo pelas orelhas (juro que me pareceu pelo espelho retrovisor). O Sr. do passe começava a andar de um lado para outro meio orgulhoso, meio aflito, meio sem saber muito bem o que estava a fazer. Eu… caso se estejam a perguntar…estava precisamente entre o Sr. do passe e o condutor, sem saber se me irritava porque ia chegar atrasada, se entrava em pânico porque estava a ver que ia haver porrada, se me ria daquela palhaçada toda. Por esta altura reparo num jovem de olho azul ao lado do condutor que não conseguira passar da porta por causa da confusão e que do alto da sua sabedoria diz:

Jovem de olhos azuis: A autoridade aqui é o motorista. Tem de lhe mostrar o passe as vezes que ele quiser. Neste caso não tem razão...
Sr. do passe: Não mostro já disse! E vamos lá embora masé!
Sra calma atrás de mim: Oh senhor, a gente compreende mas tenha um bocadinho de consideração por nós que ele não arranca enquanto não lhe mostrar...
Sr. do passe: Olhe eu peço desculpa mas não é nada contra a Sra., a sério.
Outra passageira mas cos nervos em franja: Ah masé connosco é!!!! Que nós não saímos daqui por sua causa!!
Sr. do passe: Olhe eu tenho consideração por vocês mas por ele (a apontar para o motorista) não!!
Sra calma: Está bem. Então mostre lá o passe...

Finalmente o homem chega-se à beira do motorista e saca da carteira. Eu penso cá para mim que agora é que vão ser elas porque o senhor de certeza que não tem passe, devia ter-lhe mostrado o cartão de utente ou do BES, como é costume.
Não é que o raio do homem tem a porra do passe em dia e em condições!!! Não sei se fique extremamente desapontada ou aliviada... O condutor arranca finalmente a carripana e lá vamos nós à nossa vida. Mas para quem pensa que a história acabou desengane-se. Numa demonstração de orgulho da parvónia os dois indivíduos continuam a murmurar insultos, pequenas queixinhas, vá.

Sr. do passe: Isto é masé uma falta de respeito...
Condutor: Pensa que é quem?
Sr. do passe: Mas eu lá sou diferente dos outros? Mas ‘tou mal vestido, é?
Condutor: Parece que se acha diferente dos outros. Lamento mas à muita gente que anda aqui de graça...
Sr. do passe: Deve pensar que é muito Homem! Parece que tem o rei na barriga!
Condutor: Parece-me é que quer ir a pé!
Sr. do passe: Ai ir a pé! Experimente!
Condutor: Não me custa nada parar aqui o autocarro e pô-lo lá fora!
Sr. do passe: Veja lá se é capaz.
Condutor: Olhe que chamo a polícia e ponho-o lá fora! Não me custa nada!
Sr. do passe: Quer festa é... só pode!
Condutor: Olha, deve pensar que ‘tá a falar com a família dele!
O Sr. do passe tem um ataque esquizofrénico, passa-se dos carretos corre po lado do motorista, espeta-lhe o dedo na cara e “cospe-lhe” com ar mafioso: Você não fale da minha família ‘tá a ouvir! Você não sabe nada da minha família!
Condutor: NEM SE ATREVA A TOCAR-ME! QUE NEM LHE PASSE PELA CABEÇA!
Nisto, o jovem de olhos azuis acorda pá vida e gentilmente tira o homem da cara do motorista e uma senhora tenta acalmá-lo, a dizer que compreende a sua posição. Devo salientar que estava um silêncio brutal no interior do veículo. Mas foi no momento seguinte que temi pela minha vida. Como num show de testosterona os senhores continuam o chorrilho de disparates e insultos e o condutor encosta à berma uns metros antes da Blockbuster e pára o autocarro! Tá o caldo entornado de vez!
Condutor: Ora saia do autocarro, faxabor!
Sr. do passe: Ponha-me lá fora para ver se é Homem!
E pronto! O condutor desliga o motor. Afasta aquela barra preta das moedas do lado esquerdo, levanta-se e planta-se de braços cruzados à Rambo virado para nós. Era grande! E robusto com ar de quem fez a tropa toda. Para não variar a única coisa entre os dois era...eu! O meu sentido prático começou logo a pensar qual seria o hospital mais próximo...
Condutor: Ora venha-me bater!
E foi nesta altura em que uma senhora lá do fundo se põe entre os dois (ao meu lado, portanto) e virada po motorista diz em voz baixa: Agora está a perder a razão. Todas as pessoas que aqui estão sabem que o Sr. não teve culpa nenhuma nem fez nada de mal mas agora perdeu a razão. Por favor tenha calma.
Senti uma grande admiração por aquela senhora com ar cansado de quem trabalhou o dia todo, que teve sangre frio no descalabro duma situação tresloucada em que todos ficaram colados às cadeiras. Eu devo ter deixado de respirar. À minha esquerda o Sr. do passe espumava de raiva enquanto lhe seguravam o casaco para o imobilizar e à minha direita tinha o Rambo com ar de poucos amigos mais o jovem de olhos azuis colado à porta da frente. No bus, o silêncio imperava.
Finalmente o condutor pede desculpa, senta-se e leva o autocarro até à paragem seguinte. Silêncio descumunal.
O abrir das portas traz uns caloiros de química e duas senhoras que conversavam alegremente e num tom de voz próprio de quem vai entrar num autocarro apinhado de gente. “A Alcina nem faz ideia do que a espera ela que não ponha a pau que...” – o autocarro inteiro ouviu. Ao que as senhoras olharam em volta muito surpresas e baixaram o tom de voz embaraçadas “Carago! ‘Távamos mesmo a falar alto.” Com este refresco alguém se cola a mim. Olho para cima e vejo o jovem de olhos azuis que olhava o Sr do passe (que ainda resmungava baixinho, que a testosterona pelos vistos é coisa que nunca mais tem fim) num ar receoso. Notando que eu o olhava fitou-me e partimo-nos os dois a rir à gargalhadas feitos tolinhos. O que vale é que depois de tudo, ninguém notou.

A minha conclusão resume-se em duas frases:
Mas para que é que eu ando de metro enquanto posso assistir a estes espectáculos pela módica quantia de um bilhete de autocarro!
E confirma-se a minha teoria... os adultos, parecem putos!!

Telefonemas Castiços 1



A minha casa, em certos dias iguais a tantos outros, parece uma central telefónica. E não me refiro apenas a telemóveis, (embora seja justo dizer que existem mais telelés que pessoas em nosso lar), mas também ao belo do fixo. O raio da maquineta tem dias que não pára de tocar como quem diz num tom trocista: “trim trim, mais um telefonema estúpido para acabar com o teu sossego!” ou “trim, trim… já ias para o café estudar que aqui em casa está muito barulho”. É ridículo e irritante mas é verdade. Já não me chegavam as buzinas em hora de ponta e … pensando bem nas outras horas todas, agora também tenho de levar com a porcaria do telefone.
No entanto o que me levou a escrever isto foi o facto de às vezes (não muitas, mas algumas) o aparelhinho incomodativo me presentear com chamadas catitas. Esta é a história da primeira.

Há uns quantos domingos atrás, estava eu descansadinha a ler o Angels & Demons no sofá quando o toca o meu amigo. Com um suspiro fecho o livro e lá estendo a mão para pegar no auscultador.

Eu em voz de quem está a definhar: Estou?

Voz masculina entusiasta: Muito boa tarde! Daqui fala o Pedro Ribeiro das Manhãs da Comercial! Amanhã vou estar à conversa com Marco Horácio e (o nome dum gajo qualquer que não apanhei). Quero convidá-la para ouvir a nossa conversa! Marco Horácio e (o nome do mesmo gajo que tornei a não apanhar), decore estes nomes! Amanhã vão estar comigo nas manhãs da Rádio Comercial. Está convidada, ok?

Eu após uns momentos de choque: ok…

Voz masculina, que não tinha nada a ver com a do Pedro Ribeiro: Então muito boa tarde de Domingo e até amanhã!

Fiquei uns segundos sentada no sofá com ar de parva até me partir a rir, o que continuou a ser parvo.

No dia seguinte liguei ao meu irmão e contei-lhe o sucedido.
Eu: … e foi isto.
Tiago: E atão? E hoje?
Eu: Hoje acordei era meio-dia e o meu rádio ‘tá sempre sintonizado na RFM.

FIM.

* Para as interssadas(os) o senhor da fotografia é o Gedeon Burkhard, mais conhecido como o "gajo do Rex".

Wednesday, March 29, 2006

Miguel


Este “post” é dedicado ao meu sobrinho Miguel porque há pouco finalizei a leitura do blog dele, o que me deixou com um misto de orgulho e tristeza. Um orgulho enorme porque ele é meu sobrinho, apesar de ter sido um feliz acaso, pois nem ele nem eu tivemos nada a ver com isso directamente. E uma tristeza irritada pelas nossas bolhas Actimel. Aquelas que não nos deixam oferecer tudo o que somos aos outros, aquelas que nos protegem de coisas que nunca nos iriam magoar. Que nos fazem perder grandes momentos que poderíamos ter partilhado ao entrar na vida dos outros.
E por isso tenho uma tristeza leve, levezinha, vá! Porque não te conheço como gostava Miguel. Nem a ti nem a tanta outra gente que faz parte da minha vida mas em quantidades subtis.
Este poema é para ti, já que aprendeste a gostar de poesia. É do Nandinho, um senhor carrancudo mas genial. Por ser o meu poema favorito de todos os que por mim já passaram...


O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
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(O blogger é levado da breca... Vejam lá vós que eu que até já tinha este post há uns tempos tive de o reeditar numa data que até não me dava jeito nenhum porque aqui o chefe entendeu que me devia mandar isto para o beleléu! Está a gozar comigo com certeza... mau mau maria!)

Thursday, March 23, 2006

Para o Meu Avô


Talvez amanhã tenha mais palavras... Por hoje, terei de fazer minhas as palavras de outro que com um dos meus poemas mais queridos conseguiu exprimir o que hoje não consigo...

Funeral Blues


"Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good."

by W. H. Auden

Porque continuo a gostar muito de ti...estejas onde estiveres.

P.S. – Dá um beijo meu à avó. Obrigado aos dois por terem ajudado a construir o que sou hoje.

Tatiana