
The world is really, really fucked up but once in a while... it surprises us.
Há poucas semans atrás passou na televisão “O Crime do Padre Amaro” de Carlos Coelho da Silva. Lembro-me que na altura em que o filme era apresentado nas salas de cinema, o próprio trailer de promoção convidava ao teatro ou até às compras de supermercado. Respondi a quem me convidada a ir vê-lo que não queria gastar nem 5 cêntimos naquela película.
Deu na SIC. Vi. Formei opinião concreta. Pensei que o filme fosse mau, agora sei que é muito mau.
Não sou propriamente defensora do clero e da igreja, longe disso, mas eté eu me revoltei com a mensagem transmitida no filme. Acho que até Eça de Queirós, mesmo com a sua aversão ao clero, deu umas quantas voltas no túmulo ao ver o seu livro adaptado desta forma.
Todos os padres são, portanto, pedófilos, corruptos, cheios de desejos carnais reprimidos, que não reprimem e fazem-se acompanhar de mais uma carrada de podres da sociedade. Infeliz de quemm pensa assim. Vamos lá entender uma coisa: existe má conducta em todo o lado e em todas as profissões. Se eu disser que os polícias metem todos dinheiro ao bolso, que os médicos e os enfermeiros são todos antipáticos e prepotentes, que os engenheiros são todos abrutalhados, que os jornalistas são todos sensacionalistas...não é exactamente a mesma coisa? A única diferença é que aui já se levantam muitas vozes em fúria. Não percebo.
Tambem não perecbo como é que, alguma vez, alguém achou que Soraia Chaves era actriz. Não me lembro de uma Amélia que falava, andava e comia uvas como se estivesse a ter um orgasmo. Se calhar era assim, eu é que achei que não fazia sentido nenhum no contexto do que se está a querer contar.
Por falar em actrizes, por que é que a personagem de Ana Marques tem um sotaque nortenho num bairro de Lisboa? Se calhar não, é difícil ter certezas quando em cinco minutos de cena ela só diz “Olha a miúda!” repetidamente.
Uma mais valia do filme é Cláudia Semedo. Mas agora expliquem-me... Por que raio é que ela tem de aparecer nua naquela cena de sexo, perfeitamente desnecessária, contradizendo toda a lógica da personagem?A narrativa era afectada se aquela cena não existisse? Era. Ficava muito melhor.
Também é giro ver Hugo Sequeira a fazer de branco com demasiado bronze. Acompanha a banda sonora que é completamente “creepy”.
E coisas positivas não tem? Tem. A cena no confessionário entre o Padre Amaro e a Amélia é muito bonita até fazerem um grande plano da mamas dela. São uns 7 segundos de grande qualidade.
Por isso choca-me, irrita-me mas, essencialmente, entristece-me profundamente que este seja um dos filmes portugueses mais vistos de sempre. E quando pergunto se viram o "Alice" respondem-me que ela hoje não tem aulas de tarde... Mas o que me deixa realmente de rastos é o facto de tanta gente ter gostado e achar que isto é que é bom cinema...
E ainda agora começou....
Cá está! Mais uma pequena contribuição para a saga dos telefonemas no mínimo curiosos. Esta conversa foi muito curta mas bastante produtiva como irão reparar. Antes de prosseguir a leitura deste post devo alertá-la, cara criatura que sem nada de mais interessante para fazer veio aqui parar, que o que se segue é impróprio para pessoas anti-palavrões. Tenho dito.
Portanto, ligaram para o meu telemóvel, de um número que não estava na memória, eu atendi e a história reza assim:
Eu: ‘Toue?
Sr. do outro lado: Fodasse, oh Rita, que caralho!
Eu em nova tentativa, já que acordara só há coisa de 2 horas: Estou?
Sr. do outro lado: Estou, Rita! Pois estou! Estou fodido contigo, é o que eu estou! Então onde é que ‘tá o filho da puta do livro que tu disseste que me vendias? Hã? Hã? Tenho mais que fazer à puta da minha vida! Ou pensas que quê?
Eu em estado catatónico: uh…
Sr. do outro lado: Ai a merda… E não me venhas com desculpas que eu juro que te vou às trombas, Rita!
Eu, finalmente acordando pa vida: Desculpe lá mas eu não sou a Rita, não há aqui nenhuma Rita, nem tenho bem a certeza de que conheço alguma Rita. Parece-me a mim que marcou o número errado.
Sr. do outro lado (depois de uns segundos de silêncio): Aton num é do *********?
Eu aliviada: Não.
Sr. do outro lado: Realmente não tem a voz da Rita…
Eu, ainda mais aliviada: Pois, calculei que não.
Sr. do outro lado: Mas tem uma voz sexy…
Eu desliguei.
Castiçolas… Têm cá uma piada!
Tenho dito.